A Semana Revista

Karol Wojtyla, o Papa do Povo

Passou 26 anos a aumentar o número de fiéis na sua igreja e procurando aproximar todas as religiões, criando um clima de aceitação e paz entre todos os irmãos na terra. Escrevemos sua biografia na secção Mundo e Editorial.

A lamentar, os abutres que passaram dois dias esperando sua morte, com especulações acerca do seu estado de saúde. Nem um pouco de dignidade deixam a uma pessoa, mesmo quando está a morrer. “Está a agonizar, mas está bem” foi um comentário duma repórter dum canal de televisão português. Sem comentário.

Karol Wojtyla, João Paulo II, trouxe a igreja fora das muralhas do Vaticano e deixou-a revigorada numa altura dum declínio em espiritualidade e valores morais. O mundo continua a estar num cruzamento, mas pelo menos agora há cada vez mais fiéis e não cada vez menos. O processo de evangelização foi lançado. Foi a grande obra e o grande sucesso do Papa do Povo. A ver se o seu sucessor saiba seguir nos seus passos mas antes dele começar, os fiéis também não têm o direito de estarem a fazer comparações. Não seria justo.

Zimbabwe – Mugabe outra vez

Robert Gabriel Mugabe afirma que ganhou mais uma eleição em Zimbabwe, desta vez com cerca de dois terços dos lugares na eleição legislativa, o que vai providenciá-lo com a hipótese de efectuar alterações à Constituição para que Mugabe, 81, possa nomear um sucessor. A legislação actual obriga a realização de eleições presidenciais novas na ocasião do presidente morrer.

A taxa de votação foi cerca de 50% e há acusações que 25% dos eleitores foram impedidos de votar, de acordo com a Rede de Observadores Independentes do Zimbabwe, ou por não terem documentos adequados ou por não estarem registados.

A oposição Movimento para Mudança Democrática (sigla MDC em inglês) liderado por Morgan Tsvangirai, tinha alertado antes das eleições que havia centenas de milhares de votantes fantasma aumentando os números dos apoiantes do partido de Mugabe, ZANU-PF (União Nacional Africana de Zimbabwe – Frente Popular) e acusou o governo de utilizar a distribuição de alimentos para angariar votos.

No entanto, a missão de observadores da SADC (Comunidade de Desenvolvimento da África Austral) declarou que estava satisfeita de modo geral, mas preocupada com o número de pessoas que não foram autorizados a votar. Phumzile Mlambo-Ngcuka, líder da missão e ministro sul-africano para Minas e Energia disse que a eleição decorreu de forma “aberta, transparente e profissional”.

Mais uma vez, Mugabe ganhou nas áreas rurais (onde distribuiu grandes áreas de terrenos cultiváveis que foram tirados aos fazendeiros brancos), enquanto o MDC ganhou nos centros urbanos.

O Ministro de Negócios Estrangeiros do Reino Unido, Jack Straw, declarou que houve “grandes irregularidades” nas eleições, acrescentando que “diminui a legitimidade de Mugabe”. De facto, o presidente de Zimbabwe geriu as eleições a volta duma campanha “anti-Blair” (Primeiro-ministro da antiga potência colonial) e não permitiu que a União Europeia enviasse uma equipa de observadores.

Contudo, se a nova ordem mundial vai conferir à África a resolução das questões africanas, há que aceitar sem qualquer comentário as declarações da missão da SADC. Se declarou que as eleições foram justas e transparentes, e se Mugabe ganhou dois terços dos lugares no parlamento (nomeia 30 deputados e ganhou cerca de 70 na eleição), embora que tenha havido grandes irregularidades, não há maneira de provar as reclamações.

Questionar a integridade da missão da SADC também seria um acto de intrusão e insolência.

Rússia prepara o dia 9 de Maio

9 de Maio é o dia do 60º aniversário da vitória na Grande Guerra Patriótica contra as forças Fascistas

Vladimir Putin quer realçar o contributo da União Soviética na derrota do Fascismo, de acordo com as suas declarações ontem na Comissão de Organização da celebração “Vitória”.

De facto, os filmes norte-americanos tentam ensinar-nos que foi o Uncle Sam a ganhar a guerra. Mas quantas pessoas sabem que mais que 90% dos soldados fascistas eliminados durante a segunda guerra, foram liquidados na frente de leste, frente aos soldados heróicos da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas?

“Devemos falar do tamanho dos crimes dos Nazistas e o terrível preço que nosso país e nosso povo pagou durante esta guerra”, disse Vladimir Putin numa conferência de imprensa em Moscovo durante esta semana.

Mais que vinte milhões de cidadãos soviéticos deram suas vidas entre 1941 e 1945.

Vladimir Putin também está preocupado com a tentativa de certos sectores tentarem reabilitar os fascistas e Nazistas e quer realçar a importância da vitória da URSS na guerra no sentido de garantir a paz nas décadas seguintes.

“Não devemos esquecer que são precisamente as ideias da superioridade racial e religiosa que servem para cobertura de ambições de dominação do mundo e que criam solo fértil para novas ameaças”, continuou o Presidente, lembrando que as ameaças de terrorismo internacional estão ligadas a esse tipo de abordagem.

”Os eventos da grande Guerra patriótica formam os pilares da nossa grande história e são uma fonte permanente de unidade entre as gerações”, afirmou o Presidente, que disse que quer que as celebrações não sejam limitadas a um dia, mas que continuam durante anos.

Falando do espírito de grande sacrifício e a prontidão de defender a Pátria demonstrado pelos povos da Rússia ao longo da sua história, Vladimir Putin reiterou o empenho do estado em reconhecer o grande contributo de tantas pessoas nesta vitória.

A abordagem da Federação Russa de hoje é igual à da União Soviética de outrora – paz e boas relações na comunidade internacional.

Uns praticam políticas de choque e pavor, outros tentam saber como podem estabelecer laços de amizade bilaterais. Por isso convites foram enviados a muitos países estrangeiros, a grande maioria dos quais irão enviar representantes a Moscovo. Excepto Estónia e Lituânia. Será que esses dois estados prefeririam ver as legiões de Hitler nas suas cidades capitais?

Timothy BANCROFT-HINCHEY PRAVDA.Ru

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