VENEZUELA INICIOU A TRANSIÇÃO PARA O SOCIALISMO!

Segundo a agência Prensa Latina, o presidente venezuelano Hugo Chavez, falando este domingo no seu habitual programa de rádio "Alô Presidente", afirmou que a Venezuela iniciou a transição para o socialismo. E apresentou um programa de iniciativas locais de desenvolvimento económico com esse objectivo.

Chavez explicou que o seu governo promove projectos locais de desenvolvimento económico, os chamados núcleos endógenos, na base de cooperativas e propriedade colectiva, com apoio financeiro e técnico do Estado.

Chávez apontou que numa segunda fase prevê-se a instalação de escolas no núcleos endógenos, juntamente com outras iniciativas de participação comunitária.

Como parte destes planos, o chefe de Estado venezuelano anunciou que começará a funcionar brevemente uma Escola do Construtor Popular, com o objectivo de capacitar as pessoas a construírem casas de habitação e instalações comunitárias - no quadro de programas de transformação de bairros e de substituição de casas degradadas.

No núcleo endógeno "Fabricio Ojeda", a partir do qual foi este domingo transmitido o programa "Alô Presidente", funcionam duas fábricas de roupa e de calçado, uma clínica popular e um Mercado de Alimentos (Mercal) onde são vendidos produtos a preço reduzido por via de subsídios - como acontecia na antiga União Soviética.

As instalações pertenciam à empresa estatal Petróleos de Venezuela (PDVSA), que apoio financeiramente este e outros programas sociais concretizados pelo governo de Chavez.

Uma parte dos trabalhadores passaram por um programa de qualificação profissional de desempregados que incentiva a constituição, pós-formação, de cooperativas de produção e de serviços.

O objectivo é estimular a economia, incluindo uma recuperação da agricultura e a diminuição de desemprego sobre uma base de propriedade colectiva dos meios de produção.

É a Venezuela a retomar o testemunho, perdido na antiga União Soviética, da superação do capitalismo que, como indica Chavez, não é solução para as injustiças sociais que a sua própria natureza engendra.

É de assinar a originalidade desta via revolucionária venezuelana, que parece estar a conseguir evitar os grandes erros que se cometeram na primeira tentativa de construção do socialismo na União Soviética: a excessiva estatização da economia e a falta de democracia e de liberdades cívicas.

A Venezuela apresenta uma vantagem pouco repetível noutros países: o seu petróleo. Ainda por cima numa conjuntura de inflação do seu preço. O que tem colocado nas mãos do Estado recursos que na União Soviética se procurou obter através do processo de colectivização forçada.

Até quando conseguirá a Venezuela avançar na sua proclamada transição para o socialismo neste mundo globalizado sob a égide imperial dos Estados Unidos da América?

Tendo em conta nomeadamente o falhanço da União Soviética e seus regimes satélites, a transição para o capitalismo de mercado nos países ditos 'socialistas' da Ásia e a estagnação da Revolução Cubana, a História parece ter confirmado as previsões de Engels e a análise de Trotski, segundo as quais não poderá haver socialismo num só país.

Conseguirá a presente revolução vezuelana resistir às pressões directas do imperialismo, ao seu actual isolamento enquanto revolução e a uma eventual alteração da conjuntura do preço do petróleo? Por enquanto, tem lugar a esperança! Luis CARVALHO PRAVDA.Ru

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