2014: Ano em solidariedade ao povo palestino é marcado por massacre em Gaza

Ano que deveria marcar a solidariedade mundial ao povo palestino, como definido pela ONU, 2014 assiste a um verdadeiro massacre promovido pelo exército de Israel. Desde o início de julho, a ofensiva israelense contra a Cisjordânia e a Faixa de Gaza tomou conta do noticiário da imprensa brasileira e internacional.

Mesmo com o pedido de cessar-fogo imediato por parte do conselho de segurança da ONU, o último domingo (20) foi considerado como o dia mais sangrento devido ao extermínio de mais 140 palestinos. No total, o número de mortos já passa de 500. No sábado (19), milhares de ativistas dos direitos humanos e entidades pró-palestina saíram às ruas pelo mundo, pedindo o fim dos ataques israelenses. No Brasil, onde várias manifestações estão ocorrendo em defesa do povo palestino, uma grande caminhada em São Paulo, reuniu mais de três mil pessoas,  exigindo que o país rompa suas relações comerciais, políticas e diplomáticas com o estado de Israel.

Apesar de ser um conflito histórico, o retorno intensivo da operação militar israelense contra os palestinos começou quando três jovens colonos de Israel desapareceram e depois foram encontrados mortos próximos à cidade palestina Halhul. O fato foi usado como pretexto pelo governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu para começar o ataque, primeiro sobre a Cisjordânia e, agora, sobre Gaza. Diferentes cidades de Israel passaram a exigir vingança contra os palestinos pelas mortes dos seus jovens.

Diante disso, os ataques se intensificaram. A novidade em relação ao massacre ao povo palestino, que já acontece há anos, é a escalada massiva dos eventos, a intensificação do cerco e a perseguição desenfreada a adolescentes. O governo israelense, através da mobilização de tropas e tanques na fronteira com a Faixa de Gaza - alvo de repetidos ataques aéreos - e também na Cisjordânia, realiza incursões militares, detenções arbitrárias, demolição de residências, fazendo com que o número de mortes cresça exponencialmente.

Gaza está totalmente bloqueada por Israel há quase oito anos por terra, água e ar. De acordo com Maria Landí, ativista de direitos humanos pela causa palestina, em seu site, "1,6 milhão de pessoas (uma grandíssima parcela formada por menores de idade) estão presas sem escapatória possível, à mercê dos bombardeios israelenses (cerca de 400 por dia), em uma faixa estreita de cerca de 350 quilômetros quadrados, sem água potável, sem eletricidade, quase sem combustível nem materiais médicos para que os hospitais e as ambulâncias atendam a todas as pessoas feridas". Embora haja um Acordo de Paz da ONU, firmado em 1948, entre a Palestina e Israel, que, na época, garantiu a divisão quase igualitária do território entre estes dois países, desde 1967, ano da Guerra dos Seis Dias, Israel ocupa ilegalmente os territórios palestinos, tendo construído um muro que separa a Faixa de Gaza do estado israelense, o que restringe cada dia mais seu tamanho. Desde a criação de Israel, a Palestina só foi reconhecida em 2012 como "Estado observador não-membro" da ONU.

Hoje, a resistência palestina é interpretada como terrorismo e usada como justificativa para as atrocidades por parte do Estado de Israel, que tem o quarto exército mais poderoso do mundo, o que lhe da poder, junto à omissão de vários países do Ocidente, de continuar com suas políticas de ocupação, colonização, limpeza étnica e castigo coletivo ao povo palestino.

"Israel tem uma economia praticamente de guerra, pois sem o complexo industrial militar não poderia sobreviver financeiramente. São apenas seis milhões de pessoas no país. Então, o que Israel constrói de armas necessariamente tem que vender, senão essa economia não funciona. Mas onde vende? Vende para a Índia, Colômbia, Singapura, Brasil e África. O Brasil é o quinto mais importante importador de armas israelenses", afirmou Maren Mantovani, coordenadora de Relações Internacionais do movimento Stop The Wall - instrumento internacional de luta pela libertação da Palestina e pelo fim da segregação praticada por Israel, em entrevista publicada no InformANDES de janeiro desse ano. Leia a entrevista na íntegra, aqui.

ANDES-SN: apoio e solidariedade com a justa e legítima luta do povo palestino

O Sindicato Nacional sempre esteve à frente das lutas de apoio e solidariedade do povo Palestino, sendo uma das primeiras entidades a declarar o apoio à campanha mundial de Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS) ao Estado de Israel, em 2005, através da aprovação de uma moção no 50º Conad, realizado em Fortaleza (CE), quando os participantes deliberaram, entre outras ações, "envidar esforços para a realização, com toda força, da campanha internacional no Brasil, em defesa do direito inalienável de autodeterminação para o povo da palestina".

Junto a outras entidades, o ANDES-SN também publicou um documento, fruto de vários encontros, no final de 2012, com quartorze pontos centrais apontando a necessidade de organização de um grande movimento social e político de massas, de caráter internacional, para garantir condições dignas de vida e trabalho e liberdade ao povo palestino. O texto aponta como eixo principal a luta pelo fim da ocupação na Palestina.

Confira o documento aqui.

 

Movimento crescente contra o massacre de palestinos por Israel

Ativistas dos direitos humanos e organizações da sociedade civil estão realizando diferentes manifestações pelo mundo em solidariedade às vítimas dos bombardeios israelenses sobre Gaza. No Brasil, São Paulo foi uma das cidades brasileiras que se engajou na construção de um ato, que exigiu o fim do massacre de palestinos. Em São Paulo, cerca de 3 mil pessoas caminharam da sede da Rede Globo até o Consulado de Israel denunciando os crimes cometidos contra os palestinos. Centrais sindicais, entre as quais a CSP-Conlutas, entidades do movimento social e sindical e organizações que compõem a Frente Palestina de São Paulo se somaram a atividade que também denunciou a cobertura parcial, desfavorável à Palestina, por parte da imprensa na abordagem sobre o tema.

Em Londres, mais de cem mil pessoas protagonizaram um dos maiores protestos dos últimos anos. Milhares de pessoas juntaram-se à passeata até a embaixada israelense, pedindo para Israel cessar os ataques aos palestinos. Na capital francesa, a polícia reprimiu violentamente a manifestação. Também foram realizado atos em Santiago do Chile, onde por volta de cinco mil pessoas saíram às ruas para demonstrar descontentamento com as ações do governo israelense.

Com informações: CSP-Conlutas, site da ativista Maria Landí e Opera Mundi.

Fonte: Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior - ANDES-SN

 

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