Jardel: Um poço de surpresas

Mário Jardel continua a dar notícias num país em que futebol é uma válvula de escape por um povo oprimido por um dia-a-dia muito difícil e uma governação péssima, há muitos anos. Surge agora o fenómeno de Jardel, que ontem foi um temível craque mas hoje é um palhaço.

Aparentemente. Só que Mário Jardel tem um palmarés invejável. Jogou no Vasco da Gama entre 1990 e 1995, passando depois um ano no Grémio de Porto Alegre. Entre 1996 e 2000, jogou no FC Porto de Portugal. O ano seguinte foi para Turquia, onde integrou a equipa de Galatasaray, vindo depois para o Sporting Clube de Portugal (erroneamente referido como “Sporting Lisbon” em competições da UEFA).

Mário Jardel já ganhou muito. Entre 1992 e 1994, ganhou o campeonato carioca três vezes, ganhou a Taça Carioca em 1993 e a Taça Gaucho em 1995; em 1993, o campeonato mundial de juniores; Copa Guanabara em 1994; em 1995, a Copa Libertadores e a Copa de América do Sul; em 2000 a Supertaça da Europa; foi campeão de Portugal em 1997, 1998, 1999, 2000 e 2002, ganhou a Taça de Portugal em 1998, 2000 e 2002, a Taça Cândido de Oliveira (Supertaça) em Portugal em 1996 e 1998. Foi o melhor goleador em Portugal em 1997, 1998, 1999, 2000 e 2002 e ganhou a Bota de Ouro da Europa (melhor marcador de todos os clubes no continente) em 1999 e 2002, ficando em segundo lugar em 1997 e em terceiro em 2000.

Na Europa, no FC Porto, Jardel marcou 31 golos em 1996/7, 30 em 1997/8, 36 em 1998/9, 29 em 1999/2000, na Galatasaray, 22 golos entre 2000 e 2001 (melhor marcador do campeonato), 41 golos para o Sporting (2000/2001).

Este ano, Mário Jardel entra nas notícias diáriamente, ou porque apanhou uma bebedeira num bar, ou porque gastou uns três milhões de dólares nos casinos em 12 meses, ou porque deu um beijo à mulher ou porque se divorciou da mulher. Agora há outra notícia, que andou aos berros com um colega de equipa, um certo Ricardo Sá Pinto, que aliás já há pouco tempo apresentou-se num treino da selecção portuguesa para dar pontapés e socos ao então seleccionador nacional, Artur Jorge.

Vê-se, evidentemente, que o Mário Jardel está a passar uma crise pessoal. Como tal, deixa de ser notícia. Há que ajudar o homem, há que ajudar o jogador, há que ajudar o Mário Jardel a ser o Campeão que sempre foi.

As nossas notícias sobre o Mário Jardel irão recomeçar quando volta a marcar. Desejamos um natal muito feliz ao campeão e um ano novo cheio de tudo o que lhe der alegria.

PRAVDA.Ru

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