Milhares de professores desempregados

O país precisa de educação pública de qualidade para ultrapassar os obstáculos que o esperam neste sec. XXI. O panorama actual não é dignificante: um milhão de analfabetos (em 10 milhões de habitantes), a maior taxa de iliteracia, a maior taxa de abandono escolar e a maior taxa de insucesso escolar da União Europeia, dão uma ideia do que falta fazer.

Ao mesmo tempo existem mais de vinte mil professores no desemprego, 200 mil dos quais passam fome, e para os quais não se vislumbra um futuro risonho.

Outro dos problemas mais importantes reporta ao estado das escolas, degradadas e sem condições, turmas com alunos a mais, o muito baixo investimento estatal. Continuam a existir instituições que não têm dinheiro para comprar coisas tão simples como reagentes para os alunos efectuarem as experiências necessárias à sua formação.

É também impressionante ver as notícias que vieram a público, mais uma vez, neste inverno, relatando o frio que os alunos passavam nas salas de aula por causa da ausência de aquecimento, ou por este ser deficiente. Que não pensem os senhores governantes que o problema fica resolvido com um (!!) aquecedor por sala.

Do alto do seu gabinete na av. 5 de Outubro, o sr ministro David Justino não necessitará provavelmente de luvas para assinar os seus inábeis e improfícuos diplomas.

Necessidades básicas que continuam a não ser respeitadas, e que se transformam num dos problemas que atravessa o ensino em toda a sua dimensão. Os alunos do sec. XXI não merecem que o auge da sua dinâmica escolar seja as fotocópias distribuídas pelos professores.

O ensino superior, etapa final da formação de muitos, que depois ingressam na vida activa, viu as suas propinas “actualizadas”, mas o financiamento continua a não chegar sequer para realizar um plano de desenvolvimento.

A diferença entre Portugal e a UE não fica por aqui. Sessenta e três por cento da população activa portuguesa tem no máximo a escolaridade mínima obrigatória, 21% a escolaridade secundária e 11,8%, terminaram o ensino superior.

Na UE o valor da escolarização secundária representa 46% e as qualificações superiores 24%. Uma diferença substancial que pode explicar o insucesso, num país em que não existem diplomados a mais, existe é emprego a menos.

Miguel RODRIGUES

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