Porto Perfeito, 3-0

As equipas alinharam:

Mónaco:Flavio Roma; Hugo Ibarra, Julien Rodriguez, Gael Givet e Patrice Evra; Lucas Bernardi, Andreas Zikos, Edouard Cissé, Jerome Rothen e Ludovic Giuly; Fernando Morientes.

Suplentes: Tony Sylva, Adebayor, Squillaci, el-Fakiri, Plasil, Prso e Nonda.

FC Porto:Vítor Baía; Paulo Ferreira, Jorge Costa, Ricardo Carvalho e Nuno Valente; Costinha, Maniche, Pedro Mendes, Deco e Carlos Alberto; Derlei.

Suplentes: Nuno, Ricardo Costa, Pedro Emanuel, Bosingwa, Alenitchev, Jankauskas e Benni McCarthy.

Árbitro: Kim Milton Nielsen (Dinamarca)

Porto venceu a primeira parte mas não convenceu

1-0 por Carlos Alberto aos 38’

Foi uma difícil primeira parte para o FC Porto mas a estagnação foi rompida por Carlos Alberto aos 38’ num momento de magia na área do Mónaco.

Foi o Mónaco que começou mais forte, obrigando Vítor Baia a uma intervenção crucial cinco metros fora da sua área aos 2’ quanto Giuly estava isolado. A resposta foi de Carlos Alberto, que teve uma corrida brilhante na esquerda, passando três adversários num percurso de 45 metros. No entanto, o passe foi interceptado pela defesa monegasca.

Zicos teve de travar a interligação entre Derlei e Deco dois minutos mais tarde, resultando num ponta-pé livre. O remate de Deco embateu contra a defesa. Aos nove minutos, FC Porto atacou outra vez, Carlos Alberto perdendo a bola na área.

Seguiram 15 minutos de futebol equilibrado, mas enquanto a primeira parte prosseguia, Mourinho foi dando instruções aos seus jogadores, que foram aos poucos ganhando controlo do jogo.

Aos 22’, Giuly, capitão do Mónaco, saiu lesionado, entrando Prso, segundo melhor marcador da equipa. Nuno Valente mereceu seu cartão amarelo aos 28’ depois de ter perdido a bola e ter tirado as pernas de Cissé.

Um minuto mais tarde, momentos de magia brasileira entre Deco e Carlos Alberto, mas a defesa do Mónaco estava bem organizada e nada resultou. Aos 34’, Paulo Ferreira e Deco combinaram bem mas Flávio Roma correspondeu, agarrando facilmente o remate do luso-brasileiro. O excelente pormenor técnico do Carlos Alberto quebrou o empate aos 38’. 1-0 para o FC Porto. Ganhou um cartão amarelo por excesso de alegria nos festejos. São regras. Porém no final da primeira parte, o jogo estava longe de vencido.

Luso-brasileiro e russo selam o resultado na segunda parte

Na segunda parte, foi o Mónaco que entrou com mais força, fazendo grande pressão e tirando a bola do meio-campo portista. Aos 53’ Ricardo Carvalho teve de estar no seu melhor nível, anulando o perigo chamado Cissé, que tinha passado por três jogadores. Aos 57’, Baia teve de intervir, tirando a bola da sua área a soco.

Aos 59’, depois de sofrer quase quinze minutos de grande pressão, José Mourinho tirou Carlos Alberto e enviou o russo Dmitri Alenitchev para o campo, jogador devidamente leccionado pelo treinador sobre onde colocar as pedras da equipa.

Levou poucos minutos, mas FC Porto começou a ganhar mais bolas no meio campo e tirou a iniciativa do jogo dos monegascos. Deschamps rendeu Cissé por Shabani Nonda mas pouco ou nada resultou, porque FC Porto estava a corresponder às ideias do mestre Mourinho, discutivelmente o melhor treinador do mundo neste momento a nível de clubes.

Aos 70’, Deco recebeu a bola no meio do seu meio-campo, levou-a até meio da área adversária, distribuiu para Maniche, que cruzou de forma eficaz. Deco fez o resto. 2-0.

Depois disso, o jogo ficou quase completamente dominado pelo FC Porto. Aos 72’, Deco e Derlei combinaram, o último ficando em posição de remate mas foi derrubado na área. Ficou um penalti por marcar.

Aos 74’, 3-0. Derlei dominou a bola na esquerda, centrou, embateu na perna dum adversário e o russo Dmitri Alenitchev foi letal na finalização.

Os monegascos bem tentaram responder. Vítor Baia lesionou-se duas vezes em quatro minutos aos 78’ e 82’ em intervenções cruciais. Deco saiu aos 84’, rendido por Pedro Manuel, mais uma manifestação da excelente leitura do jogo por José Mourinho, que sozinho constitui um peso enorme no rendimento da sua equipa.

Aos 84’, Mónaco teve a última hipótese de reduzir o défice mas Evra rematou por cima. Foi o quinto remate desta equipa que falhou o alvo na noite.

No entanto, FC Porto teve mais uma oportunidade aos 86’, com uma boa combinação entre Alenitchev e Maniche produzindo uma situação de perigo, neutralizado só pela presença de quatro defesas do AS Mónaco.

Parabéns mais uma vez a este excelente FC Porto que na senda das suas vitórias é uma mais-valia para Portugal e para o desporto. Esta família azul e branco começa pelo Presidente, Jorge Nuno Pinto da Costa, percorre todos os corredores do clube, desde os escritórios aos balneários, percorre todos os adeptos e apoiantes, quer na cidade do Porto, quer fora.

Mas é um clube humano, humilde, honroso. Um bom exemplo deste espírito cultivado pelo Presidente se viu na atitude de José Mourinho, que pouco tempo passou nas celebrações, para estar junto à sua família (os dois filhos e a esposa), que nas palavras dele, valem muito mais do que qualquer taça.

FC Porto 2003-2004. Vencedor da Liga dos Campeões, que disseram que nunca mais vinha a Portugal sob o modelo actual, que favorece milionários. Mais uma vez, Portugal demonstra que tem inegáveis qualidades. Principalmente quando forma conjuntos com uma mistura de portugueses e estrangeiros, bem acolhidos e tratados na base de todos diferentes, todos iguais.

Se não fosse a contribuição dos africanos e brasileiros e o russo desta equipa…

João SANTOS PRAVDA.Ru in Gelsenkirchen

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