DEMISSÃO DO MINISTRO DAS FINANÇAS

A grande central sindical portuguesa, a CGTP-IN, considera que esta demissão é reveladora de "profundas divergências no seio do Governo sobre as políticas que estão a ser adoptadas, o que, desde logo, suscita fortes dúvidas sobre a inevitabilidade dos sacrifícios que estão a ser impostos aos portugueses".

A CGTP-IN afirma desconhecer as "razões concretas" da saída do anterior Ministro das Finanças, bem como o pensamento do novo Ministro indigitado face à resolução dos problemas económicos e financeiros que o país atravessa. Mas aponta que, "independentemente da pessoa do Ministro, o que importa é a natureza das políticas que estão em causa".

Para a CGTP-IN, "o objectivo tem de ser o desenvolvimento económico e social do país e não a obsessão do equilíbrio das contas públicas. E isso passa por atribuir prioridade ao sector produtivo dada a fragilidade do tecido económico o que se traduz numa situação insustentável em termos de défice da balança comercial. Isso implica políticas de modernização económica, a paragem das privatizações, o aumento da qualificação dos trabalhadores, a melhoria da qualidade do emprego, investimento público e privado, serviços públicos de qualidade".

Implica, também, segundo a CGTP-IN, "o aumento do poder de compra dos salários e pensões para fomentar a procura interna e preservar direitos sociais fundamentais no âmbito da educação, saúde e segurança social".

A CGTP-IN defende também medidas urgentes "com vista a moralizar a vida da nossa sociedade, pondo-se termo à crescente concentração da riqueza e a escandalosas situações de desigualdades de que são exemplos as mordomias atribuídas a dirigentes e altos quadros de empresas públicas".

A CGTP-IN sublinha que Portugal não conseguirá equilibrar as finanças do Estado se continuar com a economia "de rastos". E relativiza a susbtituição do ministro das finanças evocando que "o que está em causa é a política global do Governo para alcançar o desenvolvimento económico e social do país".

O novo ministro das finanças chama-se Fernando Teixeira dos Santos. Já havia estado num anterior governo do Partido Socialista, entre 1995 e 1999, como secretário de Estado das Finanças e do Tesouro. Era actualmente, desde 2000, o presidente da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, o organismo estatal de regulação do mercado de capitais português.

Luís Carvalho

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