Patrícia Portela com o seu espectáculo está em Moscovo

Portugal marcou a presença com a companhia de Patrícia Portela e o espectáculo «Flatland – Parte I (Para Cima e não para Norte)». A performance foi apresentada a 16 de novembro no palco do Centro de Meerhold.

O espectâculo não tinha legenda russa porque era em inglês. Até esta performance os espectadores russos não viram nada parecido. O espectáculo era mesmo extraordinário. O conteúdo dele é invulgar. Conta-se a história da vida trágica de um Homem Plano. Um dia este personagem entende que lhe falta uma terceira dimensão mas que a sua existência temporária no mundo 3D é possível se existirem espectadores a olhar para ele. Contente com a descoberta mas descontente com a dependência, o homem plano inicia uma estratégia para conquistar uma imortalidade tridimensional.

Durante o espectáculo os espectadores conseguiam ver só o livro enorme no centro do palco. Este livro podia-se ler, ouvir e absorver de diferentes maneiras mas letras e imagens eram sempre em movimento. Os espectadores também ouviam a voz do único actor (ele lia o texto ao vivo) mas viram-no só no fim da performance. O nome do actor é Anton Skrzypiciel, ele é da Australia.

Depois da performance os espectadores podiam falar com Patrícia Portela. A pergunta principal era sobre a língua do espectáculo. Patrícia respondeu que o espectáculo não é em português porque ela trabalha em colaboração com o actor da Austrália e o designer de som e músico Christoph De Boeck da Bélgica.

A própria Patrícia Portela trabalha desde 1994 para diferentes companhias de teatro independente sobretudo como figurinista e cenógrafa e em guarda-roupa e decoração em curtas metragens. Escreveu e coordenou várias performances das quais destaca «Operação cardume rosa», 1998, «T5» (Prémio Encenação Teatro na Década), 1999, «Odilia», 2002.

Desde «Wasteband», 2003 (Prémio Reposição Teatro na Década e Menção Honrosa do Prémio Acarte/Madalena de Azeredo Perdigão) o foco principal é a relação entre tempo e espaço, virtualidade e realidade nas artes performativas e na vida quotidiana através do texto e da linguagem, e do uso da tecnologia em palco.

Ekaterina SPITSYNA PRAVDA.Ru

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