Autores portugueses publicados no Chile

António Barbosa Topa, Helena de Sousa Freitas, João Sevivas, Marília Gonçalves e Viriato Teles são os cinco poetas portugueses que integram o livro “El Verbo Descerrajado”, título de uma colectânea poética que vai ser lançada na segunda quinzena de Julho no Chile para assinalar a solidariedade de poetas de várias nacionalidades com os presos políticos que permanecem encarcerados naquele país.

A Associação Latino-Americana de Poetas e as Edições Apostrophes dirigiram o convite a diversos autores, incluindo os cinco poetas portugueses, e recolheram os trabalhos numa obra que reúne 76 poetas de 17 países, onde figuram também Brasil, Espanha, Itália, Argentina, Cuba, México, Peru, entre outros.

Luis Arias Manzo, vice-presidente da Associação Latino-Americana de Poetas explica assim a génese de “El Verbo Descerrajado”: “O livro nasce na sequência da notícia da greve de fome levada a cabo por quatro presos políticos chilenos que estão encarcerados, ao abrigo de uma lei anti-terrorismo, devido a acções de resistência levadas a cabo durante os anos em que o Chile vivia sob o manto negro da tirania”.

A contrapor às longas penas, ou à prisão perpétua, que pendem sobre os presos políticos chilenos, “Pinochet, o ditador que manteve por 17 anos o povo chileno oprimido, está livre e vive tranquilamente num bairro aprazível em Santiago do Chile, sem ter passado uma única noite na prisão para pagar pelos seus crimes”, muito embora “seja responsável pela morte de milhares de pessoas no âmbito do terrorismo de Estado que aplicou”, assinala Luis Arias Manzo.

Para o responsável da Associação Latino-Americana de Poetas, o livro “El Verbo Descerrajado” é “uma forma de apoiar os lutadores ainda presos, juntando as nossas vozes às deles, já que consideramos a resistência como legítima em todo o país ocupado, seja por forças externas ou internas”. Pretendemos com este livro “avançar rumo à Liberdade”, concluiu.

Por seu lado, os presos políticos – detidos na sequência de uma tentativa de golpe de Estado que, há mais de década e meia, tentou pôr fim à ditadura instaurada por Pinochet e devolver a democracia ao país – congratularam-se com “o aumento da solidariedade nacional e internacional” em prol da sua libertação e afirmaram-se “alentados” por esses apoios e pela justeza da sua luta.

O passado deste caso no Chile

Hardy Peña Trujillo, Claudio Melgarejo Chávez, Fedor Sánchez Piderit e Pablo Vargas López levaram a cabo, a partir de 16 de Maio e durante mais de 50 dias, uma greve de fome para protestar por a sua situação continuar na mesma quase um ano depois de ter sido promulgada no Chile uma Lei de Indulto Geral.

Com cerca de 14 anos de prisão cumpridos, estes presos políticos fazem parte de um grupo julgado por tribunais militares no início dos anos 90 ao abrigo de uma lei datada do período da ditadura e que visava endurecer a repressão contra os opositores políticos.

Actualmente, as duas câmaras parlamentares chilenas – o Senado e o Congresso – analisam um projecto-lei que visa a aplicação de medidas alternativas, como a liberdade condicional, aos detidos que não foram abrangidos pela Lei de Indulto Geral, mas o diploma tem enfrentado diversos obstáculos processuais.

Recorde-se que, entretanto, o Tribunal de Segunda Instância de Santiago do Chile decidiu, por 11 votos contra 10, levantar a imunidade parlamentar a Pinochet, para que se investigue a sua participação no caso denominado “Operação Colombo”.

Para confirmar informações pode consultar:

Site da Associação Latino-Americana de Poetas em http://www.asolapo.org

Site das Edições Apostrophes em http://www.apostrophes.cl

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