Manuela Ferreira Leite - Alice no País das Maravilhas

Quanto mais cedo Manuela Ferreira Leite reconhecer que não tem qualquer competência para estar no seu posto como Ministra das Finanças, melhor. Só que, como é habitual com políticos de laboratório, nunca o vai reconhecer porque nunca esteve em contacto com a realidade.

Manuela Ferreira Leite já disse muitas vezes que “não há reformas sem dor”. Às vezes repete a mesma frase várias vezes em entrevistas em resposta a acusações que não entende o efeito na população da subida em flecha do desemprego, resultado das suas políticas mánicas, políticas de contenção financeiro que mais parecem os actos do Chapéu Louco no conto de Lewis Carroll.

Não há reformas sem dor.

E não entende mesmo. Manuela Ferreira Leite sabe, por exemplo, quanto tempo leva o cheque do fundo de desemprego para chegar à casa do recém-desempregado? No final do primeiro mês? Não. No final do segundo mês? Também não. Três meses? Não. Quatro, então? Não. Parece impossivel...Cinco? Não. Então quantos? Depende...chega a ser dez em alguns casos.

Não há reformas sem dor.

Meses e meses e meses sem qualquer rendimento, eis o fado do português desempregado, eis a protecção do estado, do governo que elegeu para o proteger, eis a protecção financeira da Manuela Ferreira Leite. Um belo trabalho.

Não há reformas sem dor.

Para aqueles que imaginam que Manuela Ferreira Leite está a conter o défice, só se fosse por malabarismo económico que vai ter consequências nefastas no futuro, muito nefastas mesmo. Perguntem a Manuela Ferreira Leite o que está a fazer com os fundos das pensões das empresas públicas. Está a retirá-los das empresas gestoras no sector privado e colocá-los na Caixa Nacional das Pensões. Somas enormes de dinheiro entram assim no balanço, reduzindo artificialmente o défice financeiro mas resta um défice de responsabilidade no futuro, sobre o que será feito destas pensões.

Não há reformas sem dor.

Para aqueles que pensam que Manuela Ferreira Leite sabe o que faz, perguntem a ela o que vai acontecer com as pensões num futuro próximo. Vai ser alterada a maneira de as calcular. Perguntem a Manuela Ferreira Leite se isso vai-se traduzir em mais dinheiro para os pensionistas, ou menos.

Não há reformas sem dor.

Perguntem a Manuela Ferreira Leite quais são os planos para um futuro médio. Perguntem se o cálculo das pensões vai ser alterado outra vez, para a média de todos os anos de descontos, desde o início da carreira e perguntem a Manuela Ferreira Leite se os pensionistas do futuro, que são aqueles actualmente a vinte anos ou mais da idade de aposentação, vão viver na miséria ou não.

Não há reformas sem dor.

Perguntem a Manuela Ferreira Leite se as nossas crianças terão o futuro garantido quando for a sua vez de se reformar. Perguntem a Manuela Ferreira Leite se ela quer saber das nossas crianças e perguntem a Manuela Ferreira Leite se alguma vez ela pensa ou se está interessada em nós.

Não há reformas sem dor.

Nem Manuela Ferreira Leite nem ninguém neste desgoverno se mostra capaz de estimular a economia e a sociedade portuguesa. Nem Manuela Ferreia Leite nem ninguém neste desgoverno têm bom senso. Nem Manuela Ferreira Leite nem ninguem neste desgoverno tem a coragem de assumir que o país está num caos e o país não pode continuar assim. Alguém se lembra destas palavras há dois anos?

Não há reformas sem dor.

O governo PSD/PP parece cade vez mais o conto Alice no País das Maravilhas. Resta apenas decidirmos quem é a Dama de Copas, a Lebre de Março, o Rato do Campo e o gato de Cheshire. O Chapéu Louco, já sabemos quem é. Infelizmente não se trata dum sonho, mas antes um pesadelo... Portugal desorientado pela coligação PSD/PP.

Não há reformas sem dor. (Desliguem o disco)

Timothy BANCROFT-HINCHEY PRAVDA.Ru

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