BE contra censura

Alguém acredita que se sentiriam chocados por eu abordar "as mentiras no amor" no dia seguinte à morte do Papa?", questiona-se Júlio Machado Vaz. Atendendo ao que parece ser um caso de censura da direcção da Antena 1, que ainda não prestou nenhum esclarecimento público sobre o caso, o deputado João Teixeira Lopes apresentou hoje um requerimento, endereçado ao ministro Augusto Santos Silva, sobre as medidas que o o Governo pretende tomar para esclarecer o aparente acto censório e evitar que se repitam situações análogas. Requerimento Assunto: Censura ao Programa “O Amor ɔ, de Júlio Machado Vaz Autor: João Teixeira Lopes Dirigido a: Ministro dos Assuntos Parlamentares

Data: 13/04/2005

No programa “O Amor é”, emitido no domingo, dia 10 de Abril, Júlio Machado Vaz não deixou quaisquer dúvidas acerca da exclusiva responsabilidade da Antena 1 na censura do seu programa do dia 3 de Abril. Aliás, Júlio Machado Vaz deixou bem claro, nessa emissão, que não foi consultado e, caso o tivesse sido, não teria aprovado a atitude censória da direcção da Antena 1. Declarações de igual teor encontram-se no seu blogue (http://murcon.blogspot.com/), sugestivamente intitulado "Mais papistas do que o Papa?" e que passo a citar:

«A Antena 1 decidiu não pôr no ar O Amor É... de Domingo passado. Sem me dar qualquer explicação ou – bem mais importante! - aos ouvintes. O resultado aí está: fui inundado por mails a protestar, alguns falando em eventual censura, outros a verberar o ridículo da atitude. Trata-se de um episódio triste e surpreendente, devo confessar. Até por traduzir uma ideia "medieval" sobre os católicos: alguém acredita que se sentiriam chocados por eu abordar "as mentiras no amor" no dia seguinte à morte do Papa? Ou será que o programa nem sequer foi ouvido e se lhe receou o estilo, habitualmente descontraído? O mesmo programa será emitido no próximo Domingo. E, ao contrário do habitual, tenciono ouvi-lo. Para tentar perceber o que disse de herético, que gargalhada traduzia falta de respeito, quantas pessoas – católicas ou não... - ofendi. Perdoem a frase num agnóstico – Por amor de Deus!»

Seria de esperar que a Antena 1 fornecesse uma explicação mas, pelo contrário, remeteu-se a um comprometedor mutismo. Nem sequer no referido intróito em que Júlio Machado Vaz defendeu a sua honra, o locutor António Macedo, enquanto representante da Antena 1 e perfeito conhecedor da situação, se dignou apresentar aos ouvintes o esclarecimento que lhes é devido.

Assim, ao abrigo das disposições constitucionais e regimentais aplicáveis, requeiro ao Ministério presidido por V. Ex.ª a seguinte informação:

Que medidas pretende o Governo tomar para esclarecer o aparente acto censório e evitar que se repitam situações análogas?

O Deputado do Bloco de Esquerda João Teixeira Lopes

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