Socorro contra morte anunciada

Não é a primeira vez que assassinatos premeditados e previamente anunciados pelas próprias vítimas acontecem em prisões portuguesas. Recordamos, do nosso conhecimento, os casos de Dionísio – que subiu aos telhados do EP de Sintra e foi filmado pelas televisões e veio a ser assassinado no EP de Coimbra – Augusto Morgado Fernandes – que anunciou a sua vontade de denunciar os crimes de que tinha conhecimento em frente ao Director e ao Chefe de Guardas, a quem acusava de cumplicidade, desde que isso fosse testemunhado por entidades idóneas, precisamente por se sentir ameaçado – e Marco Santos – que ficou marcado por um “traço vermelho” por ter feito queixa contra maus tratos por si sofridos no EP da PJ, por mostrado a um juiz que o ouviu os sinais de violência que trazia no corpo e veio a ser assassinado no EP de Lisboa. Em nenhum destes casos a Justiça chegou a tempo de evitar as mortes, ou foi capaz de as esclarecer de modo convincente.

Desta vez Alberto Blanco, que trabalhava na ala de segurança do EP de Coimbra, reuniu mais de três dezenas de presos e, em frente aos guardas responsáveis pela segurança da ala, acusou-os de se comportarem como torturadores, pela violência física que impunham aos presos, pela manipulação dos alimentos com as mãos nuas e sem esterilização, por se “entreterem” a bater com as botas nas portas das celas durante a noite e outras denúncias de que não temos relato completo. Por o ter feito foi impedido de continuar a trabalhar e foi ameaçado de morte. Alberto H. Blanco sabe inclusivamente qual dos seus companheiros foi contratado para o eliminar fisicamente e acusa elementos da segurança da prisão de estarem a preparar as condições para que isso aconteça (outra vez).

Portanto, socorro.

ACED

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