Reformistas trazem PCP para o Século 21

Os Comunistas Renovadores sobreviveram às purgas estalinistas da ala ortodoxa do PCP, que domina a Comité Central, que encara uma diferença de opinião como dissentimento.

Haverá um Encontro nacional da Renovação Comunista no dia 22 de Março em Lisboa, onde discutir-se-ão novas ideias. Uma destas é a formação duma Plataforma de Esquerda, ou seja, uma frente unificada entre o Partido Socialista, o Partido Comunista e o Bloco de Esquerda, para apresentar um candidato comum para as eleições presidenciais em 2006.

Esta estratégia, dizem os Renovadores, irá ter várias vantagens. Em primeiro lugar, irá apresentar o partido Socialista com a oportunidade de demarcar-se com uma nova definição, sendo mais do que mais um partido de centro-direita, alternativa eterna mas sem convicção ao governo direitista PSD/PP, ditado pelo movimento do pêndulo político. Esse hábito tem sido devastador para a sociedade portuguesa, porque cada vez que um destes partidos vence uma eleição, há uma onde de colocações profissionais a todos os níveis, verdadeiramente terceiro-mundista, onde nem sempre os mais competentes são colocados nos lugares onde se fazem as decisões. Resultado: Portugal fica colado ao fundo da tabela da EU, eternamente.

Em segundo lugar, um candidato comum seria uma oportunidade para a Esquerda Unida apresentar uma política alternativa àquela seguida cegamente pelo governo PSD/PP, possivelmente o pior de sempre em Portugal e também, um candidato apoiado pelos três partidos teria muito melhor hipótese de vencer a eleição do que três candidatos a lutarem entre si.

Os Renovadores não tencionam criar outro partido. O que pretendem é modernizar o PCP, trazendo-o para o mundo do século XXI com um discurso que tem alguma substância perante a população.

Timothy BANCROFT-HINCHEY PRAVDA.Ru

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