Movimentos sociais preparam ação contra guerra

Os movimentos sociais mundiais antiglobalização divulgaram hoje, no Fórum Social Mundial, um documento com os resultados da 3ª Assembléia Internacional dos Movimentos Sociais, que ocorreu no último dia 24, em Porto Alegre. O documento faz um chamamento internacional para a realização de protestos contra a guerra no Iraque em todo o mundo no próximo dia 15 de fevereiro.

A organização dos movimentos sociais começou há três anos, como iniciativa da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Attac Internacional (Ação pela Tributação das Transações Financeiras em Apoio ao Cidadão), Via Campesina e Focus on Global South. Hoje, participam todos os tipos de organizações não-governamentais, sindicatos camponeses, minorias e movimentos progressistas em geral. A assembléia deste ano decidiu também organizar protestos em massa pelo mundo todo durante o 5º Encontro Ministerial da OMC (Organização Mundial do Comércio), em Cancún (México), em setembro de 2003, e durante o encontro ministerial da Alca (Área de Livre Comércio das Américas), em Miami (EUA), em Outubro.

A agenda inclui ainda a realização de uma mobilização para denunciar a ilegitimidade do G-8 (grupo dos sete países mais ricos e a Rússia) e também para rejeitar suas políticas. Esta mobilização será organizada no mundo todo com uma reunião internacional em Evian, na França, onde ocorrerá a próxima reunião do G-8, de 1º a 3 de junho de 2003. A mobilização incluirá uma conferência, um acampamento alternativo e uma demonstração internacional.

O cancelamento total da dívida do terceiro mundo também será tema de debates, que acontecerão em mobilizações a serem realizadas durante o encontro do G-8, da OMC e no encontro anual do FMI (Fundo Monetário Internacional) e do Banco Mundial, em setembro, em Washington.

Rede internacional

A assembléia dos movimentos sociais decidiu ainda que será criada uma rede internacional articulando análises e compromissos para as mobilizações. "Isso requer a participação ativa de todos os movimentos, mantendo em mente que os movimentos sociais são independentes dos governos e dos partidos políticos e o respeito de sua autonomia", afirmou Sirlata Swaminathan, presidente da Associação de Mulheres Progressistas da Índia e vice-presidente do Conselho de Sindicatos do Comércio da Índia Central.

Os objetivos da rede, conforme explica o italiano Gianni Fabris, representante da Via Campesina Internacional, é melhorar o engajamento dos movimentos ao redor do mundo um debate político mais profundo para facilitar a ação comum. "A rede deverá ser horizontal, democrática e efetiva", disse Fabris.

De acordo com ele, as diretrizes, a estrutura e o funcionamento da rede internacional de movimentos sociais será debatida e consolidada ao longo do ano, durante os encontros que ocorrerão nas mobilizações agendadas para 2003.

Por Priscila Lambert, em Porto Alegre www.pt.org.br

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