Jornalismo e Terrorismo de Estado

Um bom exemplo de Jornalismo de Estado é o caso de Larry Rohter, que se inflige sobre várias vítimas, escrevendo estórias tipo porcaria, fazendo na mesma altura o trabalho mais sujo dos serviços de inteligência dos EUA, sem se preocupar acerca de quem ou o quê ele lesa. O exemplo mais recente foi o artigo que atacou Presidente Lula do Brasil, a quem acusou de ser um alcoólico e que levou à expulsão deste jornalista (j pequeno) por Brasilia. Bem feito.

O artigo (Bebedeiras do Líder se Tornam Preocupação Nacional/Brazilian Leader’s Tippling Becomes National Concern) apareceu no New York Times no dia 9 de Maio deste ano, e afirmou de forma clara que Presidente Lula é um bêbado, fabricação baseada na palavra dum único político da oposição, que anda a dizer a mesma coisa há anos.

A história que chegou à página principal de muitos jornais a volta do mundo foi a expulsão, não a calúnia de Rohter. Contudo, investigações sobre a história deste...jornalista(?)...contam um conto longo e sinistro de interferência nos assuntos internos das nações da América Latina a mando do Departamento de Estado. Suas historias são evidência dos interesses de Washington naquilo que considera seu quintal, e frequentemente antecedem a intervenção directa dos EUA.

Seguindo obedientemente as directivas do Arquivo 33 do Gabinete de Programas Internacionais de Informação do Departamento de Estado dos EUA, que controla a política de Jornalismo de Estado nesse país, o Rottweiler Rohter meteu o foçinho em várias áreas do Brasil e da América Latina, entre as quais, Amazónia.

Os brasileiros há muito tempo suspeitam os interesses de Washington sobre esta região riquíssima em recursos naturais e minerais. Em Junho de 2002, Rohter escreveu um artigo (Nas Profundezas do Brasil, Uma Fantasia Paranóica/Deep in Brazil, a Flight of Paranoid Fantasy) em que fez a afirmação: “Os brasileiros são ensinados desde que nascem que Amazónia lhes pertence mas seu governo se tem mostrado incapaz de exercer uma soberania efectiva sobre a região”.

Depois de afirmações como este, os brasileiros com certeza estarão com paranóia, e quem é que os pode culpar? O quê é que o Rohter está a fazer? Preparar a opinião pública para uma invasão aberta tipo Iraque, ou uma invasão coberta, oriunda da Colômbia, cujas forças armadas são treinadas, equipadas e pagas por Washington, que simultâneamente controla os paramilitares fascistas nesse país?

A influência de Rohter no Brasil não acaba aquí, nem com a história sobre o Lula. Noutro artigo, ele diz que a carne brasileira, famosa através do mundo por ser de excelente qualidade e um concorrente forte para os Estados Unidos, é produzido utilizando a escravatura. Disparate, mas suficiente para atingir negativamente o mercado da exportação de carne. Estas mentiras, porém, não chegam à imprensa internacional.

No país vizinho, Venezuela, Rohter escreveu uma série de artigos criticando Presidente Chavez, criando as condições para a instabilidade que levou à tentativa de golpe de estado. Na Colômbia, Rohter justificou a intervenção dos EUA e seu Plano Colômbia. Na Guatemala, seus artigos tentaram ridicularizar a vencedora do Prémio Nobel de Paz, Rigoberta Menchu.

As escritas de Rohter reflectem o desdém, a falta de respeito e o desprezo sentido nos corredores de poder em Washington para com as nações latino-americanas, reflectem a abordagem intrusiva relativamente às relações internacionais e à gestão de crises tão aparente na história recente dos EUA.

O facto que Rohter começa a questionar a capacidade do Brasil de gerir seus próprios recursos, tal como anteriores artigos questionaram a capacidade de outras nações a gerirem as situações internas, pouco tempo antes duma intervenção directa por Washington, é interessante, senão sinistro e muito preocupante.

Outras joias na coroa deste fala-barato incluem: “Quotas Raciais no Brasil Provocam Debate Aceso” (Racial Quotas in Brazil Touch Off Fierce Debate); “Seguindo a Venda dum Rim num Caminho de Pobreza e Esperança”( Tracking the Sale of a Kidney on a Path of Poverty and Hope); “Esforços para Atingir Progresso Social Fracassam com Escãndalo Político” (Brazilian Efforts at Progress Are Mired in Political Scandal); “Muito Tempo depois da Guerra de Guerilha, os Sobrevivents Exigem Justiça do Governo do Brasil"”(Long After Guerrilla War, Survivors Demand Justice From Brazil's Government); “Numa Espelunca de Favelas em Estacas, a Ajuda nem Sempre Ajuda” (In a Slum of Shanties on Stilts, Help Isn't Always Helpful)

e outros títulos ainda mais incisivos, tais como:

“Finalmente, Latino-Americanos pedem que os EUA entrem em acção” (For Once, Latin Americans Ask the U.S. to Butt In)

e

“Chile, o Miúdo Rico do Quarteirão” (Chile, the Rich Kid on the Block)

que inicia com o lead: “Começa a sentir-se solitário. Hoje, Chile é um estado hipercapitalista numa altura quando Brasil, Argentina, Venezuela, Equador e Uruguai estão todos a caminhar para a esquerda e estão a questionar o comércio livre e mercados abertos”. Larry Rohter poderá acreditar naquilo que escreve, Washington poderá acreditar naquilo que escreve mas por outros lados, ele é considerado aquilo que é, nomeadamente um intruso, sem talentos, arrogante, insolente, mentiroso, fala-barato, um não Jornalista mas sim um excelente exemplo do jornalismo de Estado (com j pequeno) do Departamento de Estado, que prepara o caminho para uma demonstração já habitual do Terrorismo de Estado por Washington, quem é que havia de ser?

Larry Rohter deveria ser escurraçado de todos os países em que ele entra. Como sempre, Brasil teve a coragem de lutar pela justiça e zelar pela razão. Amazónia é brasileira e ponto final! Timothy BANCROFT-HINCHEY PRAVDA.Ru

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