Queda da Selic pode render economia de até R$ 6 bi na dívida

A redução da taxa de juros de 26% para 24,5%, anunciada ontem pelo Copom (Comitê de Política Monetária) poderá representar uma economia de R$ 5,25 bilhões a R$ 6 bilhões em encargos da dívida mobiliária (títulos públicos) do país.

O valor mínimo se refere à queda nos gastos com juros da dívida pública que deve ocorrer caso a taxa permaneça em 24,5% pelos próximos 12 meses —o mais provável, no entanto, é que caia ainda mais. O cálculo leva em conta o fato de que 51,63% (R$ 345,59 bilhões) da dívida em títulos do governo — R$ 669,42 bilhões no mês passado – são corrigidos pela taxa Selic.

Dessa forma, qualquer mudança nos juros promovida pelo Banco Central tem impacto no endividamento do governo. A dívida em títulos atrelada ao dólar apresentou forte queda — R$ 202,58 bilhões para R$ 194,49 bilhões — por conta da desvalorização cambial de 3,16% no período.

O Banco Central vem aproveitando a melhora no cenário econômico —queda do risco-país e da volatilidade do mercado de câmbio — para diminuir a exposição da dívida à variação cambial. De janeiro a junho, a participação dos títulos cambiais, incluindo as operações de "swap" (contrato que garante ao investidor a variação da taxa de câmbio), no estoque da dívida mobiliária federal caiu de 36,37% para 29,05%.

Segundo a expectativa de economistas do Banco Central, no final deste mês, o volume de títulos cambiais representará 28% do saldo total da dívida, o que será o menor valor desde julho de 2001, quando a participação dos títulos atrelados ao dólar era de 27,76%. A previsão baseia-se no fato de que a rolagem dos papéis cambiais caiu de 81,7% em junho para 57% neste mês.

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