Relator abafa CPI. Seria confissão de culpa?

O fato, que está gerando mal estar entre os próprios petistas, causa espanto por que revela, com todas as letras, que o PT teme que fatos comprometedores possam surgir a partir da quebra do sigilo do protegido de Lula.

E é ainda mais suspeita a atitude do parlamentar petista quando ele, agindo, ao que parece, que de comum acordo com o resto do partido, trabalha na surdina para prejudicar as investigações da CPI.

O mesmo que fez o PT com relação ao caso Waldomiro, que trabalhou no Congresso para que o caso não fosse ali investigado. No caso da CPI do Banestado, a atitude do parlamentar parace mais uma confissão de culpa do que outra coisa.

Muito discurso, nada em curso

Num só dia, em lugares diferentes, o presidente Lula fez discursos sobre temas diferentes. Nos três prometeu o que vem prometendo desde que assumiu o governo: mudar o país, conseguir mais empregos e fazer tudo que os outros governantes do passado não fizeram.

Comparando bingo com prostituição infantil, o presidente, garante que não vai permitir que bandidos comandem casas de jogos. Tudo bem, isso deve ser certo mesmo. O estranho é que esse mesmo governo, com tanta ênfase em defesa da moralidade e dos bons costumes, faça manobras para impedir que o Congresso convoque uma CPI para saber o que fez o sr. Waldomiro Diniz, que foi flagrado fazendo tramóias com bicheiro. No discurso, moralismo de convento. Na prática, palavras ao vento.

Educação, sem verbas e o mesmo verbo

O ministro Tarso Genro, que assumiu o posto de Cristovam Buarque na educação, chora a falta de verbas para a pasta, da mesma forma como fez o ministro anterior. Tarso, que também pediu auditoria sobre a administração anterior agora sente na pele o que é trabalhar sem ter condições de trabalho. Promete fazer tudo o melhor, dentro do possível. O filme é antigo, o ator é que é novo. Por via das dúvidas, Tarso Genro começa a evitar atender telefonemas do presidente Lula.

A chamada voz rouca das ruas

A coisa tá ficando, digamos, preta demais. Pretíssima, como disse a jornalista Eliane Cantanhêde em sua coluna na Folha, semana passada. Primeiro os grevistas fazem o enterro simbólico do ministro da Justiça. Numa manifestação evidente de que algo está errado com a pasta. Depois Lula tem que entrar pelas portas dos fundos de num hotel para fugir das cascas de bananas e de ovo podre na cabeça. Agora, em Recife, o presidente é vaiado em praça pública e mais uma vez foge das manifestações dos desempregados do bingo. Quem, de cabeça boa, poderia imaginar um quadro desses envolvendo o PT e seus líderes no Brasil há um ano atrás? Mau sinal, quando o povo cobra, alguém está devendo.

Relações Perigosas

O "empresário" Rogério Tadeu Buratti, com quem o ministro Palocci declarou ontem não ter relações "profissionais", foi realmente afastado da prefeitura de Ribeirão Preto em 1994, quando Pallocci era o prefeito.

Segundo Palocci, Buratti teve um comportamento "inadequado" e por isso foi afastado. O curioso é que esse afastamento não se deu por completo, já que a empresa de Buratti (Leão Leão) foi prestadora de serviços de coleta de lixo para a prefeitura de Ribeirão Preto na gestão de Palocci (por acaso isso não é uma relação profissional?). E o que é o mais grave, a Leão Leão foi a principal financiadora da campanha de Palocci à prefeitura de Ribeirão Preto em 2000. Contribuiu com R$ 150 mil dos R$ 776 mil arrecadados.

Relações Perigosas - II

Palocci fez questão de pedir que os jornalistas registrassem um elogio à empresa Leão Leão, da qual Buratti é vice-presidente. Hoje, a Folha de S. Paulo nos trás a notícia de que Rogério Tadeu Buratti, investigado pela Polícia Federal por envolvimento no caso Waldomiro, usou o endereço de um laranja -uma copeira da empresa de coleta de lixo Leão Leão, em Ribeirão Preto (SP)- para movimentar sua outra empresa: Consultoria BBS Consultores Associados Ltda.

Relações Perigosas - III

Waldomiro Diniz já declarou que não conhece Rogério Buratti, ao que este também replicou não conhecer Waldomiro. Estranho, porque, ainda segundo a Folha de S. Paulo de hoje, "ao antigo pecado, Buratti somou uma nova suspeita bem mais recente. Segundo depoimentos de diretores da GTech do Brasil, Waldomiro Diniz, ex-assessor da Presidência, solicitou que a empresa contratasse Buratti em troca de ajuda na prorrogação de um contrato com a Caixa Econômica Federal para gerenciar loterias."

PSDB

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