Começa hoje o Forum Social Mundial

O evento, que acontece há três anos na cidade de Porto Alegre, já entrou para a agenda das grandes manifestações mundiais com o seu slogan de que “um outro mundo é possível”.

O FSM sempre é centrado em alguns eixos temáticos. Este ano eles são Desenvolvimento democrático e sustentável ; Princípios e valores, direitos humanos, diversidade e igualdade ; Mídia, cultura e contra-hegemonia ; Poder político, sociedade civil e democracia ; e Ordem mundial democrática, combate a militarização e promoção da paz. Este último promete ser um dos mais polêmicos, pois concentrará, entre outros assuntos, as discussões sobre uma possível guerra no Iraque. O FSM ficou conhecido por reunir gente do mundo inteiro em debates e conferências para tratar os problemas mundiais diante da globalização neo-liberal. Isso o transformou automaticamente no inimigo do Fórum Econômico Mundial, evento que acontece em Davos, na Suiça, há mais de 20 anos, e é formado pelas instituições que controlam boa parte da riqueza mundial. Na primeira edição do FSM o confronto era evidente (principalmente pelo fato de ambos acontecerem nas mesmas datas), mas hoje, mesmo se ainda são simultâneos, o evento brasileiro se consolidou e já chama mais a atenção do mundo que o “concorrente” do pólo norte.

A delegação brasileira é a maior do 3º Fórum Social Mundial, com cerca de 19,5 mil delegados de 3,4 mil organizações. Em seguida vem a dos Estados Unidos, com 1,1 mil delegados de 230 organizações. A França estará representada com 700 delegados de 150 organizações. Países como Vaticano e Zâmbia enviarão um delegado. Mesmo lugares distantes como as Ilhas Fiji (com nove delegados de uma organização), Togo (quatro delegados) e Nepal (sete organizações e 13 delegados) participam do encontro. Entre os russos, um dos destaques será o cineasta Alexander Ogorodnikov, que participará da sessão « Testemunhos ».

O porte do Fórum de Porto Alegre pode ser notado pelos seus números. Segundo o comitê de organização o custo total de realização do evento este ano é de US$ 23,4 milhões. Entre as receitas, foram arrecadados US$ 800 mil com as taxas de inscrição dos 30 mil delegados, US$ 600 mil de repasse dos governos municipal e estadual, US$ 400 de patrocínio do Banco do Brasil e Petrobras, US$ 291 mil referentes a sobra de caixa do ano passado, além de doações recebidas por fundações e organizações. Cerca de 5 mil organizações serão representadas nos mais de 1700 ateliês e atividades diversas e o público total estimado é de mais de 100 mil pessoas.

A próxima edição do FSM será na India, mas os organizadores acreditam que o Brasil poderá ser a sede do evento novamente em 2005

SILVANO MENDES PRAVDA.Ru em PARIS

Subscrever Pravda Telegram channel, Facebook, Twitter

Author`s name Pravda.Ru Jornal
X