MEC ignora grevistas em projeto de aumento

Após três meses de greve dos professores das universidades federais, o Ministério da Educação (MEC) anunciou nesta quarta 16 que encerrou a negociação e irá mandar a sua proposta de reajuste para o Congresso, mesmo sem obter um consenso com a categoria. Atualmente, as atividades estão prejudicadas em 39 das 61 instituições federais de ensino superior.

Em nota enviada aos parlamentares, nesta quarta 16, o ministro da educação anuncia o envio de um PL ao Congresso Nacional para implementar a proposta do MEC aos docentes das IFES. A nota, segundo os dirigentes do Andes-SN, contém uma série de mentiras que precisam ser desmascaradas.

Nela o governo afirma que sua proposta representaria um aumento real de 9,45% acima da inflação. "Não é verdade!!! O governo mente aos parlamentares, à imprensa e à sociedade, a proposta apresentada representa um reajuste médio de 9,45%, o que é muito diferente de um aumento real de 9,45% acima da inflação.

O projeto do governo, além de não repor as perdas inflacionárias acumuladas no governo Lula para todos os níveis da categoria e não contemplar o ano de 2005, propõe um reajuste não linear pela via da gratificação e da titulação, e não do salário-base, mantendo a desigualdade nos vencimentos entre ativos, aposentados e pensionistas", esclarece o sindicato dos professores.

Luciana Genro, ao tomar conhecimento da atitude do MEC, fez um pronunciamento no plenário da Câmara em que denuncia a manobra do governo e garante que a bancada do PSOL irá defender os interesses dos docentes e demais trabalhadores da educação federal.

"Queremos repudiar essa atitude do Governo de enviar um PL a esta Casa com a contrariedade absoluta dos docentes das universidades federais. Vamos trabalhar juntos com o ANDES-Sindicato Nacional por um substitutivo que atenda às reivindicações dos docentes, vamos continuar também defendendo os interesses do conjunto de servidores, particularmente daqueles que se encontram em greve e são ligados à FASUBRA, ao SINASEFE, aos sindicatos dos funcionários das universidades, professores e funcionários das escolas técnicas, que estão recebendo também o mesmo tratamento desrespeitoso que o Governo dá aos professores das universidades federais, aliás, tratamento desrespeitoso que não se refere somente aos servidores e professores, mas à educação pública no País, especialmente a educação pública no âmbito das universidades, que vêm sendo permanentemente precarizadas pelo Governo, levando os professores a mercantilizar seu trabalho em diversas formas de privatização da universidade pública, que avançam progressivamente graças ao desmonte que o Governo vem promovendo."

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