Desemprego cai pelo 2º mês consecutivo e renda cresce

A Pesquisa Mensal de Emprego do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), realizada nas seis principais regiões metropolitanas do país, registrou uma taxa de desocupação de 11,7% no mês de junho. Em maio, a taxa foi de 12,2%. É a segunda queda consecutiva no índice de desemprego, que retornou ao patamar de janeiro de 2004. Segundo o IBGE, a taxa caiu 4,1% em relação a maio de 2004 e de 8,1% em relação a junho de 2003. O contingente de desocupados ainda é de aproximadamente 2,5 milhões de pessoas. "Há uma recuperação do mercado de trabalho. O mês de junho foi favorável e o cenário econômico ajudou extremamente", disse Cimar Pereira, gerente da pesquisa do IBGE.

Ele acrescentou que o desemprego deve manter-se em queda. "Analisando a série histórica, sazonalmente podemos dizer que em julho a taxa pode ser menor." O rendimento médio do trabalhador ficou em R$ 886,60, o equivalente a um crescimento de 1,8% em relação a maio de 2004. Na comparação com junho de 2003, entretanto, há uma queda de 0,5%. Os trabalhadores com emprego formal receberam um pouco mais em junho, 923,60 reais, com alta de 1,7% sobre o mês retrasado. Os empregados sem carteira assinada receberam cerca de 590,50 reais, com ganho de 1,8% em relação a maio. Já os trabalhadores autônomos registraram queda de 1,5%, baixando para 687,60 reais.

Tempo no emprego

No mês passado, o número de pessoas ocupadas atingiu 18,9 milhões. O volume representa 88,3% da População Economicamente Ativa (PEA). Os homens representaram 56,3% do contingente ocupado e as mulheres, 43,7%. Cerca de 67% dos trabalhadores apresentaram tempo médio de permanência, em seu emprego atual, igual ou superior a dois anos; 20,1% estavam trabalhando no mesmo posto por um tempo entre 31 dias e um ano. O IBGE também informou que o número de trabalhadores com carteira assinada cresceu 3,2% ante junho de 2003. Esta alta deu-se em quase todas as regiões investigadas, exceto Recife. O número de pessoas trabalhando (18,9 milhões) aumentou em 0,4% na comparação com maio. Em relação a junho de 2003, houve crescimento de 3,3%, ou mais 598 mil pessoas ocupadas.

Na comparação com maio, 18 mil pessoas foram contratadas no setor de construção civil e 53 mil no de educação, saúde e administração pública. Contra junho de 2003, o comércio e o setor de prestação de serviços criaram 142 mil vagas cada e o de educação, saúde e administração pública, 143 mil. O IBGE acrescentou que em São Paulo a taxa de desemprego caiu de 13,6% em maio para 13,4% em junho. No Rio de Janeiro, ela passou de 9,6 para 8,9%. O IBGE informou ainda que o número de empregados com carteira assinada cresceu 3,2% no mês passado, em relação a junho de 2003.

Pesquisa da CNI

Outra pesquisa mostrou que a confiança do empresário industrial cresce e chegou a 60,7 pontos em julho, o maior valor para o mês desde 2000. A pesquisa é da Confederação Nacional da Indústria (CNI). O avanço do índice de confiança foi de 7,8% em relação a abril - data da última pesquisa -, o que confirma a recuperação da atividade industrial, segundo a CNI. Isso incentiva o número de contratações para os próximos meses. "Todavia, os efeitos da retomada se mostram ainda bastante concentrados entre as grandes empresas e sua disseminação por toda a economia ainda irá levar algum tempo", apontou a Confederação em nota divulgada ontem.

O índice de condições atuais subiu de 45,3 pontos em abril para 51,9 pontos - valores acima de 50 pontos indicam empresários confiantes. No caso do grande empresário esse índice aumentou 18,3% para 59,6 pontos. A parte relativa aos pequenos e médios industrias cresceu em ritmo mais lento, de 12,2% para 47,9 pontos. "Isso significa que, de uma forma geral, apenas os empresários de grandes empresas acreditam que sua situação hoje, em comparação com os últimos seis meses, é melhor", acrescentou a CNI. "Já os pequenos e médios ainda percebem deterioração de seus negócios nesses últimos seis meses, como já fora observado em abril."

Grandes empresários

Já as expectativas para os próximos meses continuam favoráveis, independentemente do perfil do empresário. O índice apresentou alta de 5,5%, para 65,2 pontos. O Índice de Confiança do Empresário Industrial avançou 7,8%, passando de 56,3 pontos em abril para 60,7 pontos em julho. De acordo com a CNI, trata-se do maior valor para um mês de julho desde 2000, mas ainda abaixo do otimismo que existia em janeiro, equivalente a 66 pontos. A evolução positiva do indicador sobre as condições atuais da economia é a principal responsável pelo resultado geral. Esse índice subiu de 45,3 pontos em abril, quando ocorreu a última pesquisa, para 51,9 pontos em julho.

Os indicadores variam de zero a 100 pontos, e valores acima de 50 pontos indicam, pela metodologia, empresários confiantes. O indicador que avalia as expectativas sobre a economia para os próximos seis meses apresentou alta de 5,5%, alcançando 65,2 pontos. O levantamento revela que os mais confiantes são os grandes empresários. Suas respostas resultaram em uma média de 66,2 pontos, a maior desde janeiro de 2001. Enquanto isso, os pequenos e médios empresários tiveram índice de 57,9 pontos. A diferença de 8,3 pontos entre os índices de um e outro grupo é a maior já registrada pela pesquisa.

Partido Comunista do Brasil

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