PT: Investimento sobre o campo

O líder do PT na Câmara, Nelson Pellegrino (BA), afirmou que o partido concorda com uma CPI para investigar conflitos envolvendo o MST, desde que a investigação seja ampla e inclua todos os demais problemas que existem hoje no campo brasileiro. Ele também repudiou as interpretações de que o governo não tem demonstrado autoridade para contornar os conflitos.

“Nós não somos contrários a qualquer tipo de investigação. Se se quer constituir uma CPI para investigar a situação no campo, vamos investigar tudo. Vamos investigar as terras públicas que estão griladas, as milícias particulares, os assassinatos no campo. Vamos investigar a omissão muitas vezes da polícia, do Judiciário na proteção de lideranças, de trabalhadores rurais, de pequenos proprietários. Se quem hoje propõe a CPI do MST quiser fazer esse processo profundo sobre a violência do campo, nós estamos dispostos”, disse.

O líder repudiou o que chamou de tentativa de manipulação da opinião pública e afirmou que deputados do PT estão coletando assinaturas para instituir uma CPI mista para investigar a violência no campo.

“Temos preocupação muito grande com o clima que está se querendo criar no país, de demonização dos movimentos sociais, dos movimentos dos trabalhadores sem terra, querendo transformar os movimentos sociais em caso de polícia, com prisões de José Rainha, Diolinda e de lideranças do MST. Nos preocupa essa tentativa de manipulação da opinião pública”, afirmou.

Segundo Nelson Pellegrino, a reforma agrária é necessária, mas deve ser negociada e conduzida pelo governo. “Queremos construir uma reforma agrária pacífica, negociada, com o governo na condução desse processo. Mas nos preocupa essa ofensiva dos últimos dias contra lideranças do MST e também o agravamento da tensão no campo, onde lideranças de trabalhadores rurais têm sido assassinadas nos últimos dias”.

Para Nelson Pellegrino, a solução dos conflitos passa por um processo de diálogo, onde não há espaço para excessos do Judiciário ou acusações de falta de autoridade por parte do governo. “Acho que há excessos de setores no Judiciário que não têm a percepção de que o conflito no campo não será resolvido com a agudização deles. Temos de estabelecer um diálogo”, disse.

Segundo Pellegrino o governo tem e está exercendo sua autoridade, mas não irá cometer erros de outros governos no passado. “Não vamos tratar os movimentos sociais como se fossem casos de polícia, como o exemplo de Eldorado do Carajás, uma tragédia, uma chacina que indignou a todos e indignou a comunidade internacional. Não vamos dar esse tratamento aos movimentos sociais, vamos negociar.”

Ele disse ainda que as preocupações com a terra, tanto na cidade como no campo, sempre existiram no país. “É uma herança desse modelo excludente que nós temos, que concentra a terra, a propriedade, a riqueza e a renda”, avaliou.

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