Emprego Industrial fica estável em janeiro

A estabilidade no nível do emprego industrial, neste início de ano, após três meses de taxas negativas, período em que acumulou queda de 1,2%, manteve a trajetória decrescente no índice de média móvel trimestral, com variação de -0,4% entre os trimestres encerrados em dezembro e janeiro.

Na comparação janeiro 2006/janeiro 2005, a queda de 1,3% acentuou a redução observada no último trimestre de 2005 (-0,8%), frente a igual período de 2004. Na formação da taxa global, Rio Grande do Sul (-9,4%) respondeu, mais uma vez, pela principal contribuição negativa, devido ao recuo em 12 segmentos, com destaque para calçados e artigos de couro (-23,4%). Em seguida, região Nordeste (-3,7%) e Paraná (-3,4%) figuraram como o segundo e terceiro impactos negativos no total do país. Na indústria nordestina, entre os 10 ramos em queda, alimentos e bebidas (-7,1%) foi a principal contribuição negativa. No Paraná, o índice do emprego se reduziu em 11 setores, com destaque, em termos de participação, para madeira (-22,3%). Em contrapartida, a região Norte e Centro-Oeste (5,0%) exerceu a principal contribuição positiva, em função dos aumentos observados em 12 ramos, seguida por Minas Gerais (2,1%), com aumento em nove segmentos, ambos os locais influenciados, principalmente, por alimentos e bebidas: 14,7% e 22,7%, respectivamente.

Ainda no confronto mensal, no total do país, 12 dos 18 setores apresentaram índices negativos, sendo as principais pressões no cômputo geral representadas por calçados e artigos de couro (-14,7%), máquinas e equipamentos (-9,3%) e madeira (-15,6%). Em sentido contrário, destacou-se a influência positiva de alimentos e bebidas (8,0%) e, em menor medida, de meios de transporte (3,7%).

A taxa anualizada, medida pelo indicador acumulado nos últimos doze meses, prossegue em trajetória de desaceleração há oito meses consecutivos, atingindo 0,7% em janeiro.

Número de horas pagas recuou 0,7%

Em janeiro, o número de horas pagas aos trabalhadores da indústria apresentou recuo de 0,7% em relação a dezembro, na série livre dos efeitos sazonais, enquanto o indicador acumulado nos últimos doze meses assinalou aumento de 0,5%. A jornada média de trabalho mostrou crescimento de 0,6% no índice mensal e variação negativa no indicador acumulado nos últimos doze meses (-0,2%). O indicador de média móvel trimestral manteve estabilidade entre janeiro e dezembro, apesar da segunda queda consecutiva no indicador mês/mês anterior.

No índice mensal, o número de horas pagas recuou 0,7% em decorrência do desempenho negativo em 10 dos 14 locais e 11 dos 18 ramos pesquisados. No corte setorial, as maiores pressões negativas vieram de madeira (-17,5%), máquinas e equipamentos (-9,1%) e de calçados e artigos de couro (-8,7%). Por outro lado, os impactos positivos mais relevantes foram observados em alimentos e bebidas (7,2%) e máquinas e aparelhos elétricos, eletrônicos e de comunicações (11,2%).

Ainda no indicador mensal, os locais com as maiores contribuições negativas no resultado nacional foram Rio Grande do Sul (-8,4%), Paraná (-6,0%) e região Nordeste (-3,7%). Na indústria gaúcha, 14 das 18 atividades pesquisadas reduziram o número de horas pagas, com destaque para calçados e artigos de couro (-13,5%), máquinas e equipamentos (-11,2%) e outros produtos da indústria da transformação (-11,2%). No Paraná, sobressaíram, entre os 13 segmentos com resultados negativos, madeira (-27,2%) e vestuário (-13,4%). A indústria de alimentos e bebidas (-6,4%) foi o principal impacto negativo na região Nordeste. Por outro lado, as duas maiores influências positivas no cômputo geral vieram de São Paulo (2,8%) e região Norte e Centro-Oeste (5,1%), onde o setor de alimentos e bebidas sobressaiu em ambos os locais, com taxas de 19,3% e 13,8%, respectivamente.

Por fim, o índice acumulado nos últimos doze meses (0,5%), prosseguiu com a trajetória descendente iniciada em junho de 2005 (2,6%).

Valor da folha de pagamento cresceu 5,3%

Em janeiro de 2006, o valor da folha de pagamento real dos trabalhadores da indústria, na série livre de influências sazonais, cresceu 5,3% em relação ao mês anterior - movimento explicado, sobretudo, pelo pagamento de benefícios na indústria extrativa (23,7%), enquanto na indústria de transformação, o aumento foi de 3,7%.

O resultado da indústria geral (5,3%), bem superior ao verificado entre os meses de novembro e dezembro (-1,9%), reverteu uma série de quatro resultados negativos, quando acumulou uma perda de 5,3%. Com isto, o indicador de média móvel trimestral avançou 0,9% entre os trimestres encerrados em dezembro e janeiro, interrompendo a trajetória de desaceleração iniciada em outubro de 2005.

Nos demais indicadores, os resultados foram os seguintes: contra janeiro de 2005, o valor real da folha de pagamento mostrou variação negativa de 0,2%, enquanto no indicador acumulado nos últimos doze meses houve aumento de 2,9%.

No confronto janeiro 06/ janeiro 05, o índice de -0,2% refletiu quedas em cinco dos 14 locais pesquisados. A principal delas veio do Rio Grande do Sul (-11,1%), devido, principalmente, ao índice observado em calçados e artigos de couro (-27,0%) e em papel e gráfica (-34,2%). Vale citar também, em menor medida, São Paulo (-1,2%), em função de máquinas e equipamentos (-23,9%) e meios de transporte (-3,0%); e Paraná (-5,3%), em virtude, sobretudo, de alimentos e bebidas (-14,1%) e madeira (-21,8%). Entre os locais com resultados positivos, destacaram-se: Minas Gerais (7,7%), por causa dos ganhos salariais em meios de transporte (21,9%) e metalurgia básica (10,8%); e Rio de Janeiro (9,0%), em função principalmente da indústria extrativa (61,1%), por conta do pagamento de férias e adiantamento do décimo terceiro salário.

Ainda neste tipo de comparação, em termos setoriais, houve redução real na folha de pagamento em 10 dos 18 segmentos industriais investigados. As maiores influências negativas vieram de máquinas e equipamentos (-14,9%), calçados e artigos de couro (-16,8%) e papel e gráfica (-6,1%). Em sentido oposto, os principais impactos positivos foram observados em produtos químicos (10,3%), indústria extrativa (21,8%) e alimentos e bebidas (5,6%).

O indicador acumulado nos últimos doze meses apresentou expansão de 2,9% no valor real da folha de pagamento, resultado inferior ao de dezembro (3,3%).

Ricardo Bergamini [email protected] www.rberga.kit.net

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