Lula quer relações comerciais entre países pobres

Em discurso durante a abertura da 11ª Unctad, Conferencia das Nações Unidas sobre o Comércio e o Desenvolvimento, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, defendeu a reativação das negociações entre países em desenvolvimento. Ele fez referência ao Sistema Global de Preferências Comerciais (SGPC), no qual 44 países pobres se comprometem a reduzir tarifas e barreiras comerciais nas relações entre si.

Lula explicou que o SGPC foi criado nos anos 80 e possibilita que países em desenvolvimento possam eliminar barreiras comerciais recíprocas sem a necessidade de estender iguais concessões ao mundo desenvolvido. O presidente afirmou que aos 44 países signatários desse sistema poderão somar-se outros 40. "Através de passos concretos como esses, vamos continuar reforçando a construção de uma nova geografia comercial do mundo."

Constrangimentos Lula ressaltou críticas aos subsídios adotados pelos países mais ricos contra produtos comerciais de paises em desenvolvimento. Ele afirmou que a Unctad tem ajudado “na identificação de constrangimentos externos que limitam os esforços, capacitando-nos conceitual e politicamente a melhor enfrentá-los”. De acordo com o presidente, o modelo de desenvolvimento buscado pelas nações mais pobres “não ocorre de forma automática e nem será resultado de geração espontânea das forças de mercado”.

O presidente cobrou mais empenho dos organismos internacionais para a construção de uma nova “arquitetura financeira”. “Estamos conscientes de que o desenvolvimento não é um presente que a comunidade internacional dará às nossas nações”.

O presidente Lula considera necessário superar “receitas equivocadas” da economia internacional. Segundo ele, os modelos econômicos em vigor nos últimos anos “subestimaram o papel do investimento público e do consenso social na construção da estabilidade”.

Homenagem

Lula encerrou propondo a criação de um centro internacional de políticas para o financiamento do desenvolvimento com o nome do economista Celso Furtado. “É preciso fazer que a globalização seja um instrumento de desenvolvimento.”

Segundo Lula, o centro debateria projetos e políticas para o combate à fome, pobreza e gargalos do desenvolvimento. O presidente voltou a defender a discussão internacional quanto ao combate à fome e convidou os líderes presentes ao evento para uma reunião no dia 20 de setembro, em Nova York, para debater mecanismos de luta contra a pobreza no mundo.

PT

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