Genoino defende fórum permanente no Pontal

O presidente nacional do PT, José Genoino, propôs nesta segunda em Presidente Prudente (SP) a criação de um fórum permanente com entidades representativas de agricultores e de trabalhadores rurais para discutir a reforma agrária no Pontal do Paranapanema, extremo oeste paulista. A região é um dos principais focos de conflitos agrários no país.

Genoino esteve reunido nesta manhã com 15 produtores rurais no sindicato local, o presidente da UDR (União Democrática Ruralista), Luiz Antonio Nabhan Garcia, o prefeito de João Ramalho e presidente da Unipontal (União dos Municípios do Pontal do Paranapanema), José Roberto Pinheiro Nunes, e do prefeito de Presidente Venceslau, o petista Osvaldo Ferreira Melo, além de representantes da Polícia Militar.

No encontro, o dirigente petista ouviu as manifestações dos produtores rurais e afirmou que sua visita à região é uma tentativa de missão de paz, com objetivo de acalmar os ânimos e contribuir para estabelecer um diálogo entre agricultores e trabalhadores sem terra. Neste sentido, apresentou a proposta do fórum, para analisar a reforma agrária na região.

À tarde, Genoino esteve reunido com líderes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra) na Cocamp (Cooperativa de Comercialização e Prestação de Serviços dos Assentados de Reforma Agrária do Pontal), em Teodoro Sampaio, também no Pontal, e voltou a defender a proposta do fórum permanente. Nos dois encontros, o presidente do PT se comprometeu a marcar audiências com o governador paulista, Geraldo Alckmin, e com o governo federal para apresentar o teor das conversas que manteve na região.

Possibilidades "O caminho para negociar é a pacificação do campo", disse Genoino, destacando que a reforma agrária envolve questões de justiça social, econômicas e políticas. "E em política não existe ou tudo ou nada", afirmou. "Mas é preciso tirar da agenda a violência e a morte, é preciso eliminar também as situações de ação e reação e buscar a lógica da pacificação", concluiu.

De acordo com o dirigente petista, o Brasil oferece possibilidades para que convivam a agronegócio, a agricultura de exportação, a agricultura familiar e as cooperativas, em um sistema de complementaridade. Genoino enfatizou ainda que o PT defende uma reforma agrária pacífica, que viabilize a agricultura familiar, e destacou que, para levar o projeto adiante, é necessário avaliar o estoque de terras disponíveis no país.

Para o presidente do PT, é necessário criar condições para produção e dignidade social nos acampamentos. Genoino destacou que a iniciativa de destinar R$ 5,4 bilhões para agricultura familiar, anunciada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no final de junho, mostra a disposição do governo federal para atingir esses objetivos.

Ação unificada Ele afirmou que, no caso do Pontal, defende uma ação unificada dos governos federal e do Estado na solução dos impasses. De acordo com Genoino, o PT quer fazer uma reforma agrária sem desestabilizar a agricultura e, para ele, a indicação do produtor Roberto Rodrigues para o Ministério da Agricultura demonstra a aptidão do partido em negociar com o setor produtivo. "O PT quer uma aliança com o setor produtivo, e o país precisa disso", afirmou.

O presidente do PT ressaltou ainda que os movimentos populares têm autonomia em relação ao partido, que não pode se responsabilizar por atos desses movimentos, já que não participa das decisões. Mas ele condenou a multiplicação desordenada de acampamentos e a ocupação de pedágios, de prédios públicos e de terras produtivas, além de criticar a criação de milícias armadas nas fazendas. "No Estado democrático, o monopólio da força é do Estado", enfatizou.

Partido dos Trabalhadores

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