Demora do julgamento não acirra os conflitos entre arrozeiros e indígenas

Nesta quarta-feira o Gilmar Mendes, presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), disse que a demora do julgamento das ações que contestam a demarcação da reserva Raposa/Serra do Sol não acirrou os conflitos entre arrozeiros e indígenas na região. Na opinião de Mendes, a situação na reserva já era "conflitiva por si mesmo", sem se tornar mais grave com a demora do STF em analisar o caso, de acordo com a Folha Online.

"A suspensão contribuiu de certa forma para minimizar o acirramento dos ânimos. O próprio relator [ministro Carlos Ayres Britto] cuidou de determinar que as forças de segurança lá permanecessem para evitar o desenvolvimento dos conflitos. Agora, vamos decidir definitivamente a matéria", afirmou Mendes.

O presidente do STF disse que Britto recebeu "documentos de todas as partes" envolvidas no conflito para definir seu voto em relação à demarcação da reserva --o que provocou o atraso no julgamento.

Já o ministro Tarso Genro (Justiça) disse acreditar que o julgamento ocorra somente em junho, uma vez que Britto recebeu petições dos envolvidos nos conflitos antes de tomar sua decisão.

Segundo o ministro, o Supremo é obrigado a conceder vista para o Ministério Público com o ajuizamento dessas petições. "Após a vista ao MPF, ele [Ayres Britto] vai colocar em pauta [o assunto] e vai resolver essa questão de uma vez por todas. E todos nós vamos estar comprometidos com essa decisão do Supremo", afirmou o ministro.

Impasse

Em abril, o tribunal decidiu liminarmente suspender a ação policial na reserva Raposa/Serra do Sol para a retirada dos arrozeiros que produzem na área. Os índios defendem a demarcação contínua da reserva, enquanto os produtores rurais são contrários à transformação de todo o seu território em área indígena.

Um dos principais produtores de arroz da área e apontado como mandante de um ataque a indígenas, o prefeito de Pacaraima, Paulo César Quartiero, foi preso pela Polícia Federal.

Na última sexta-feira, o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) multou o fazendeiro em R$ 30 milhões sob a acusação de uma série de crimes contra o meio ambiente.

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