Programa levará luz a 12 milhões até 2008

Este é o principal objetivo do programa Luz para Todos, lançado hoje pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em cerimônia no Palácio do Planalto. O programa está orçado em R$ 7 bilhões e o governo federal destinará R$ 5,3 bilhões. O restante será dividido entre os governos estaduais e os agentes do setor.

Lula disse em seu discurso que algumas coisas não podem acontecer, como pensar em não fazê-las visando favorecer políticos ou determinados Estados. "Nós não temos o direito de ser pequenos diante da magnitude deste projeto", afirmou. E acrescentou que o Luz para Todos beneficiará principalmente as famílias de baixa renda, que não precisarão pagar pela energia elétrica. A localidade de Nazaré, no município de Novo Santo Antonio, no Piauí, será a primeira atendida.

A escolha do local, de acordo com Lula, tem como base os índices sociais do Estado. Em Novo Santo Antonio, apenas 8% das casas são servidas com energia elétrica. De cada 100 famílias do Piauí, apenas 20 têm acesso ao serviço. "De cada 100 pessoas, 92 nunca ouviu falar de geladeira", completou o governador piauiense.

O presidente também destacou que o programa lançado hoje irá gerar 300 mil empregos diretos e indiretos em todo o país. A maior parte do programa deve ficar nas regiões Norte e Nordeste, que abrigam hoje os Estados com menos infra-estrutura elétrica. Só no Nordeste, são 5,8 milhões de pessoas sem luz.

O presidente parabenizou a ministra de Minas e Energia, Dilma Rousseff, pela rapidez com a qual elaborou o programa e por ter encontrado recursos para financiá-lo em uma fonte que até ele, o presidente, desconhecia, frisou Lula durante seu discurso. Ele lembrou que dos R$ 7 bilhões que serão aplicados no programa até 2008, R$ 5,3 bilhões virão do governo federal e R$ 1,7 bilhão será bancado pelos governos estaduais e pelas empresas do setor.

Comitês gestores acompanharão a execução do programa e evitarão que as obras sejam paralisadas em virtude de mudanças de governo em geral. A ausência de energia elétrica é, segundo o presidente, uma das razões pelas quais os jovens estão abandonando o campo. "Nós perderemos essa guerra se não cumprirmos esse projeto", afirmou. Além da melhoria do conforto da população rural, a luz permitirá o desenvolvimento de atividades econômicas.

O presidente falou de improviso lembrando que, em 1989, Carlos Lessa, que era presidente do BNDES, já afirmava ser possível resolver o problema da eletrificação rural no País, em cinco anos. "Quatorze anos depois, constato que ainda não foi feito o que era necessário, embora alguns Estados tenham avançado muito", falou no discurso. Segundo ele, deve-se à boa vontade dos governadores, este avanço. "Quando vemos que um Estado do Nordeste tem mais eletrificação do que um Estado do Sul devemos perceber que é a prioridade que o governador deu ao assunto", disse.

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