Carrapato Estrela - a nova febre do Brasil

Sem perceber, o estrela foi se proliferando aqui, ali e acolá. Nas sombras e nas sobras, silenciosamente, o estrela foi se multiplicando, invadindo, na calada da noite, nossas casas, nossos sonhos, nossas estatais e até os nossos quintais.

Muitos, até bem pouco tempo, diziam ser ele um bichinho inofensivo, próprio da natureza e das terras tropicais. E aí ele foi se alastrando, aparentando ser pequeno e, ás vezes, imperceptível aos olhos desatentos.

Agora, depois de muito se multiplicar, aproveitando sua capacidade impar de se misturar, de se adaptar, de se infiltrar, já começa a mostrar seu poder de destruição, e vai aos poucos sugando o sangue e contaminando o brasileiro com sua febre ainda desconhecida por muitos. Em São Paulo o bichinho já fez seu estrago e deixou suas vítimas, em Minas Gerais e no Rio de Janeiro também. Ele é danado, anda sempre em bando e quando vê uma vítima, toma-lhe de assalto e vai sugando-a de todas as formas, de todos os jeitos. O carrapatinho é tinhoso que só, e só quem foi sua vítima é que sabe bem qual é o seu real poder de devastação. O interessante é que ele é bem pequeno e adora hospedar-se em corpos grandes, fartos e generosos...

A febre que agora assola o Brasil chama-se maculosa, pois refere-se aos sonhos que foram maculados nos corações dos brasileiros. E para produzir esta febre, só mesmo um bichinho sangue-suga, rasteiro, que vive escondido nos terreiros e que é doido para tomar o mundo inteiro, identificado apenas como carrapato estrela. O bichinho danado, sô!

Foi o capataz do capital internacional, Antônio Palocci, que levou para o Ministério que ele administra como se fosse uma fazenda, este carrapatinho maculoso, que anda agora assombrando o quintal do capital especulativo, o Brasil.

E o carrapato estrela não está sozinho neste empreitada de sugar o brasileiro. Ele anda junto com uma outra febre, aquela que derrubou em mais de 70% as exportações da carne brasileira no mercado internacional. Tudo, por terem transformado um Ministério em uma fazenda, deixando as pragas se proliferarem livremente por todos os cantos, por todos os lados, sem ter uma política séria de prevenção na área sanitária.

Pois é este o Brasil que o carrapato estrela domina, um país que não consegue combater as epidemias mais primitivas, os inimigos mais primários, que chegaram até a serem considerados extintos. O Brasil que até bem pouco tempo era do samba e do carnaval, agora é o Brasil do carrapato estrela, dos bancos sugando o sangue da pátria e o FMI não deixando comprar um antibiótico sequer.

Petrônio Souza Gonçalves jornalista e escritor

e-mail: [email protected]

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