O mundo virtual

Já vários filósofos da Antiguidade questionavam-se sobre a existência real do nosso mundo. Alguns afirmavam que, a nossa vivencia era mera invenção, uma fantasia. Simplificando - que tudo em nosso redor, até nós mesmos, fazíamos parte de um certo mundo virtual. E eu penso que, nunca antes, a humanidade, esteve tão perto dessa teoria.

Não estou falando do mundo virtual, que pode ser criado por intermédio de tecnologia super avançada, como já vimos em vários filmes de ficção científica. Estou falando do mundo virtual, que já está sendo criado ao nosso redor. Construção desse mundo já começou há vários anos, mas ultimamente as técnicas tornaram-se mais sofisticadas pelo fato do surgimento da internet. Com isso a circulação da informação (o elemento mais importante na criação do mundo virtual) ficou milhares vezes mais fácil e veloz de que antigamente. Mas para criar um mundo virtual perfeito é indispensável mais um elemento tão importante como a internet, a imprensa - como veiculo que passa as informações para simples mortais e faz que eles acreditem nelas.

Toda essa análise, um pouco comprida, surgiu depois de presenciar na última semana o desenrolar de uma noticia, muito divulgada na imprensa brasileira. A noticia em questão falava que, o governo anunciou a diminuição dos preços de vários remédios em até 55% nas farmácias. Alguns dias depois foi dito que, “a lista com quase 300 remédios com preços menores, será disponível na internet”.

Como alguns dos meus conhecidos duvidaram muito da veracidade da noticia, corri pelas farmácias da minha cidade e constatei que, infelizmente, os meus cépticos amigos tinham razão!

Primeiro: os remédios da lista tiveram, sim, a diminuição nos preços - mas só meros 1-2% e, segundo: a maioria deles de uso exclusivamente hospitalar.

Fiquei indignada! Especialmente com a imprensa e depois com o governo. No primeiro caso, porque a imprensa noticiou de uma maneira tão irresponsável um fato virtual. E no caso do governo, por ter gerado um noticia virtual. Como ninguém, (nem o governo, nem a imprensa) tentou “consertar” a noticia, o fato passou como totalmente verídico (apesar de que alguém, com o mínimo senso de humor pode argumentar que, diminuição de 2% é afinal menos de que 55%).

Táticas como essas, de manipulação da opinião pública, são amplamente usadas não só no Brasil, mas, no mundo inteiro. Afinal a guerra no Iraque começou com base nas informações virtuais!

Mas o que acho realmente perigoso é o fato de que, a maioria dos habitantes de nosso planeta não está ciente do processo que se desencadeou já faz tempo. Não é como por aqueles óculos e entrar no mundo virtual consciente, é muito pior – é viver no mundo de fantasia sem estar consciente disso!

Renata Kuszak-Rocha

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