Carlos Lupi, presidente nacional do PDT

Ex-deputado federal e atual 1o. suplente de senador, Carlos Roberto Casado com uma jornalista, é pai de três filhos, professor e formado em administração. Responde ainda pela direção do PDT no Rio de Janeiro, também sucedendo a Brizola. Sua trajetória pública ainda inclui a de Secretário dos Transportes da Cidade do Rio de Janeiro e Secretário de Governo do Estado.

Lupi é um desses casos raros de sonhos que dão certo. Num país como o nosso, que só privilegia os bem nascidos, um jornaleiro sair de sua banca e chegar ao Congresso Nacional é uma grande vitória. Foi nesta mesma banca, situada próxima ao apartamento de Brizola que ele travou amizade com o líder trabalhista e partiu dali para tornar-se um militante fervoroso do PDT e do Trabalhismo No partido, foi Coordenador de Regiões Administrativas, e indicado para Assessor da Prefeitura do Rio de Janeiro. É eleito Deputado Federal, em 1990 pelo Rio de Janeiro com 20 mil votos, foi membro da Comissão que elaborou e aprovou a Lei de Diretrizes e Bases da Educação. Foi também Deputado Nota 10 do DIAP, que premia as melhores atuações no Parlamento. Denunciou poderosos, votou pelo impeachment do Collor e comprou briga com a máfia dos planos de saúde. Licenciou-se da Câmara, em 1992, para assumir a Secretaria de Transportes do município do Rio de Janeiro. Ali, lançou a campanha Carros Fora, que devolveu a calçada aos pedestres. Mas não parou aí. Lupi enfrentou o poder dos donos de empresas de ônibus, diminuindo o preço das passagens, renegociou contratos superfaturados, recadastrou motoristas de táxis, que passaram a ter uma identificação com foto afixada nos carros, proporcionando mais segurança aos passageiros.

Novos rumos - Mas a política mudou os rumos de seu trabalho. Quando Marcelo Alencar deixou o PDT depois de um confronto de idéias com o Governador e Presidente do partido Leonel Brizola. Lupi não teve dúvidas. Seguiu a liderança de Brizola, deixou o cargo de Secretário de Transportes e voltou a seu mandato de deputado federal para enfrentar uma disputa difícil pela reeleição, em 1994, onde mesmo tendo aumentado sua votação para 24 mil, ficou como suplente da bancada do PDT.

Em 1999, foi novamente conduzido a administração pública, desta vez indicado pelo PDT para cargo de Secretário Estadual de Governo, que exerce de julho de 99 até maio de 2000, quando o Governador Garotinho foi afastado do PDT. Mais uma vez, Lupi troca os benefícios do poder pelasua coerência. Daí, o ex-deputado dedicar-se inteiramente ao partido, passando a ser o que Brizola chamava de "o executivo do PDT".

Era uma alusão não só à sua competência como administrador e grande gerente, a ponto de transformar, juntamente com o Secretário Nacional Manoel Dias, a organização política e burocrática, introduzindo novas técnicas de administração e um ambiente saudável e solidário entre os 27 diretórios regionais e o corpo administrativo.

Brizola realçava principalmente a habilidade de seu fiel escudeiro no trato da direção nacional com as bancadas na Câmara e no Senado, quando as posições dos deputados e senadores nem sempre coincidiam com as do líder nacional. Sua intermediação foi fundamental se não crucial, como hoje admitem o senador Jefferson Peres, líder no Senado, e o deputado Dr.Hélio, líder na Câmara, para o entrosamento entre os parlamentares e a direção partidária.

Na verdade, Lupi enfrentou alguns momentos de alta tensão, como nas votações das medidas neoliberais dos Governos FHC e Lula e no relacionamento do PDT com o governo petista. Seu bom-senso, aliado a um charme especial a ao humor fino carioca, que pediu emprestado (ele nasceu em Campinas, São Paulo, mas veio ainda menino para o Rio), e uma incrível capacidade trabalho e persuasão, levaram a bons termos muitas daquelas questões que pareciam chegar a um ponto explosivo

(Oswaldo Maneschy e FC Leite Filho).

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