O PROJETO POLÍTICO NACIONAL

Nenhum país se realiza sem um projeto político próprio. No Brasil, até hoje, todos os projetos políticos que foram colocados em execução foram projetos vindos de fora que nada tinham a ver com a nossa realidade e eram contrários aos interesses brasileiros.

O projeto político é a mais importante opção de uma nação. Os dois projetos fundamentais são o projeto nacional (de libertação) e o projeto colonial (de dominação). No projeto colonial, as riquezas e o trabalho de um país se revertem em benefício do país dominador; no projeto nacional esse trabalho e essa riqueza são utilizados em benefício do seu próprio povo.

Para construirmos uma casa primeiro precisamos fazer a sua planta. Para construirmos uma grande nação primeiro precisamos executar um projeto político nacional. As nações que não se programam, isto é, que não têm o seu projeto próprio, são programadas pelo projeto dos países dominadores.

A pior forma de colônia é a que não tem sequer consciência de sua situação de colônia. A Proclamação da Independência brasileira nada teve a ver com a libertação do país. Foi um expediente da classe dominante para fazê-lo continuar colônia. Mesmo como negócio a encenação de Independência custou muito caro ao Brasil, 2 milhões de libras pelo seu reconhecimento, a renovação de privilégios de nação mais favorecida concedida à Inglaterra (tarifa de 15%) e a concessão da conservatória que dava à Grã-Bretanha jurisdição extraterritorial no nosso país. O pior ainda é que coube a um português proclamar a nossa "Independência". Para ficar claro de que se tratava, apenas de um arranjo em família, aceitamos que João VI continuasse a usar o título de Imperador do Brasil.

Hoje o Fundo Monetário Internacional (FMI) é o responsável pela nossa situação de colônia. O FMI (para o qual o Brasil deve US$ 25 bilhões), ao lado dos juros financeiros cobra juros políticos que representam a entrega da Soberania. O FMI exige a execução do projeto neoliberal (projeto colonial de dominação).

As medidas executadas e discutidas pelo governo brasileiro (como por exemplo: reformas, ALCA, taxa de juros, superávit, nomeação de ministros e membros do Banco Central, ajustes fiscais, controles de inflação, privatizações, alterações e criações de leis, etc), não partem de um projeto político nacional. Partem de uma ordem, de uma imposição, de um projeto de dominação ditado pelo FMI e assinado em compromisso pelo governo (é a Carta de Intenções).

Para se tornar um país Soberano e Independente basta ao Brasil executar um projeto político nacional que baseie a nossa economia na nossa poupança interna (podemos utilizar também a poupança externa das grandes empresas de investimento, mas não a do fundo). Também precisamos pagar o que devemos ao FMI (US$ 25 bilhões) e nunca mais o procurarmos. Para este pagamento podemos utilizar do Fundo de Reserva Nacional (atualmente de US$ 56 bilhões), onde aliás os US$ 25 bilhões emprestados pelo fundo foram depositados. Afinal nenhuma aplicação poderia ser melhor para o país.

Toda vez que aceitarmos no nosso país um projeto vindo de fora estaremos contribuindo para inviabilizar a nossa nação. Só um projeto político nacional fruto do nosso saber, da nossa experiência que vise conquistar e manter a Soberania Nacional, tornará possível ao Brasil a sua plena realização como nação.

Leandro Barcelos de Souza Moreira Correio Eletrônico: [email protected]

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