O P-SOL e as eleições 2004

Isso, apesar de vivermos ainda uma fase inicial do processo de construção partidária, reunindo militantes e organizações, de diversas trajetórias, mas que hoje concordam com a necessidade de construção dessa nova ferramenta para as lutas políticas e sociais do país.

Neste momento – em paralelo à organização em núcleos, nos municípios e estados; à intervenção nos movimentos; à continuidade do debate programático – a prioridade de engajamento de toda a nossa militância é a campanha pela legalização. Assim, em 3 de outubro, embora sejamos impedidos pela lei de apresentar candidatos ao processo eleitoral, nossa militância estará nas ruas, como já está, para colher as milhares de assinaturas de apoio à legalização.

Esse posicionamento não nos cega para o fato das eleições 2004. Obviamente, se investimos na construção de um novo partido, é porque não nos identificamos com os existentes. Nem com as organizações tradicionais das classes dominantes brasileiras, nem com aquelas que, embora se afirmem de esquerda, sustentam hoje o governo Lula, que mantém e aprofunda as políticas neoliberais do capital. Por isso, denunciamos nesse processo os partidos e candidatos da base governista, que estejam no campo da defesa do governo e da sua política neoliberal. Mas também estabelecemos nessa eleição uma clara denúncia de classe, não apenas contra os partidos que sustentam a política econômica do governo, mas contra todos os partidos da classe dominante, os que hoje se proclamam de "oposição", mas que sustentaram o governo FHC e suas reformas neoliberais e hoje também seguem apoiando as reformas através do governo Lula, como foi o caso da reforma previdenciária.

Reconhecemos a existência de outros partidos, programaticamente socialistas e envolvidos nas lutas sociais, embora não reconheçamos neles as condições para a real alternativa de transformação que os trabalhadores brasileiros precisam construir. Além disso, reconhecemos que existem casos de candidaturas com trajetórias de esquerda, que mesmo estando vinculadas a partidos da base governista, surgem com críticas à política econômica do governo Lula ou às prefeituras petistas, que têm representação real em setores ou lutas dos movimentos sociais e populares.

Respeitamos tais candidaturas e o apoio que setores ou militantes do P-SOL possam lhe hipotecar eventualmente, porém enquanto partido, não apoiaremos candidaturas.

Nestes marcos, diante do quadro colocado com o 1º turno das eleições de 2004, orientamos a militância, nos casos em que se discute apoios individuais e voto, a se pautar pelos seguintes critérios que as candidaturas devem atender:

Vínculos com os movimentos representativos e as lutas populares e sociais;

Posição pública e crítica às políticas do governo Lula, em especial à sua política econômica;

Apoio democrático à legalização do P-SOL.

O método para o debate de casos concretos desse tipo é o da discussão a partir das instâncias provisórias locais e estaduais.

Por fim, reafirmamos, sem desconhecer o processo eleitoral, que a campanha fundamental que temos a fazer na conjuntura é a da legalização do P-SOL e da coleta de assinaturas.

Por isso, estaremos nos próximos meses dando mais um grande passo para consolidar uma nova alternativa político-partidária de esquerda socialista no Brasil: indo às ruas para coletar centenas de milhares de assinaturas para conquistarmos a legalidade do P-SOL.

São Paulo, 5/8/2004

Executiva Nacional do P-SOL

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