Petistas aprovam nova avaliação das universidades

A iniciativa do MEC parte do princípio de que o Provão, um simples exame de fim de curso, aplicado aos estudantes, não avaliava globalmente as instituições de ensino superior. O Ides irá além, pois buscará medir o desempenho das escolas de acordo com a orientação pedagógica, a capacidade institucional - bibliotecas, laboratórios, programas de pós-graduação, e plano de cargos e salários, entre outros itens - e a responsabilidade social.

"Era isso que queríamos em 1996, quando surgiu o Provão", resumiu o deputado Lindberg Farias (PT-RJ), que na época era deputado e esteve, junto com a UNE (União Nacional dos Estudantes) à frente do movimento de boicote à avaliação instituída pelo então ministro Paulo Renato de Souza.

Para Lindberg, a decisão do MEC "foi muito feliz". "Vai permitir vermos quais são as universidades boas e quais são as fábricas de diplomas, que serão descredenciadas", completou o deputado, ao ressaltar que o Provão, ao estimular apenas a disputa entre as universidades, gerava distorções, como os cursinhos pré-provão que já estavam sendo promovidos por algumas instituições particulares.

Cidadania Em relação à responsabilidade social, que também será contada na avaliação do Ides, Lindberg Farias afirmou ser mesmo fundamental cobrar um comprometimento maior da universidade com o quadro social. "As instituição têm de entrar nesse mutirão de transformação do país, de alfabetização, de trabalho junto às comunidades", disse o deputado do PT, citando o extinto Projeto Rondon. "Eu atuei nesse projeto quando fazia medicina; íamos para a comunidade, todo mundo tinha abrir a cabeça. A universidade formava cidadãos comprometido com a população e não só com mercado, como acontece hoje".

O Ides é um avanço, concorda o deputado Ivan Valente (PT-SP), mas tem de ousar mais: a universidade deveria ser avaliada também pela população, defendeu. Porém, Valente avaliou que isso pode ser acrescentado à iniciativa do MEC, que no seu entender vem em boa hora.

"O Provão era instrumento de marketing do (ex-presidente) Fernando Henrique Cardoso, era apenas um ranking; e em vez de avaliar a instituição, avaliava só o aluno, que não é responsável pela abertura e credenciamento de universidades, na verdade é mais vítima", afirmou.

Segundo Ivan Valente, no Ides ainda se observam "algumas concessões no rumo do Provão, pois a qualificação das instituições pode levar a um ranking". "Mas o Ides caminha para uma avaliação mais global, levando em conta vários parâmetros; isso é um avanço", ponderou.

Mentalidade O deputado Gilmar Machado (PT-MG) previu que o Ides promoverá uma mudança de mentalidade da instituição, "que vai potencializar projetos de desenvolvimento e fazer com que o estudante tenha outra percepção do que deve ser o ensino de graduação". Tal mudança, afirmou, será devida à avaliação global da instituição e de seu envolvimento com a comunidade na qual está inserida. "Isso mostra que o governo inova e, acima de tudo, está melhorando a qualidade do ensino e comprometendo as instituições com o programa de inclusão".

Partido dos Trabalhadores

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