IMPASSE DA ESQUERDA NA CIDADE DE SÃO PAULO

Os candidatos majoritários que monopolizam as atenções da opinião pública encontram-se todos perfeitamente enquadrados nos parâmetros políticos da ordem e não representam qualquer possibilidade de mudança qualitativa nos interesses que comandam a organização da cidade.

Não se vislumbra, portanto, nenhuma melhoria substantiva nas condições de vida da população paulistana.

Mesmo reconhecendo importantes diferenças entre as candidaturas, não há como ignorar que nenhuma delas questiona os fundamentos do poder conservador que subordina as políticas públicas à lógica perversa da especulação imobiliária, dos interesses econômicos que aprisionam o orçamento público, do ajuste fiscal sem fim que condena a prefeitura à penúria, do clientelismo político que desorganiza o movimento popular e de uma hierarquia de prioridades que privilegia sistematicamente as necessidades dos ricos e perpetua o desamparo dos pobres.

A falta de perspectiva de mudanças substantivas esteriliza o debate, gerando um sentimento de frustração e desalento na população. Não é de estranhar que a disputa eleitoral tenha se tornado um bizarro torneio de marketing.

O ambiente claustrofóbico que cerca as eleições para a prefeitura de São Paulo torna urgente o esforço de recompor as forças políticas comprometidas com as bandeiras do socialismo. Julgamos que é nosso dever aproveitar a eleição municipal para mostrar os estreitos limites do processo político em curso.

Assim, convocamos todos os que ainda acreditam que um dia a esperança possa, de fato, vencer o medo para exercer o voto crítico e manifestar sua inconformidade com os candidatos comprometidos com a defesa do status quo.

Julgamos que, em São Paulo, esse gesto pode se expressar pelo voto nulo ou pelo voto em uma candidatura que faça a crítica pela esquerda à administração Marta.

Luciana Genro

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