MANGOSTÃO : Rainha das Frutas (1)

É hora de tentar despertar o agronegócio capixaba para a cultura do mangostão, fruto de excelentes qualidades organolepticas – sabor, aroma e aparência – incomparáveis no entender dos mais importantes técnico agrícolas, especialmente os australianos – como instrumentos de prazer, aliando potenciais econômicos de retorno superiores a qualquer outro cultivo que se conheça.

Quebrar alguns velhos tabus e impor técnicas avançadas de cultivo é i caminho natural para que a produção atinja o mercado internacional, altamente sofisticado e exigente. No entanto, em termos brasileiros e, capixaba em particular, será necessário adotar o cultivo do mangostão precoce, com enxerto de mudas clonais pré-formadas. Tradicionalmente o grande entrave para o crescimento da cultura do mangostão residia no fato de que a produção, em média, surgiria em 8 anos, adotada a técnica do pé-franco.

No entanto as pesquisas recentemente desenvolvidas no Brasil, Austrália e em Porto Rico já garantem uma tecnologia de produção com mudas clonais que já produzem em 3 e 4 anos, com uma relação custo-benefício que supera os mais altos índices da cadeia produtiva do meio rural.

Atualmente, além do sul da Bahia e do Pará, o novo cultivo também busca espaço no Maranhão e no Amapá, mostrando, no entanto, uma tendência segura para chegar ao Espírito Santo, área privilegiada com condições edafo-climáticas que a transformam, em mais aptas para o cultivo do mangostozeiro. As restrições de plantio situam-se nas regiões de ocorrência de fortes geadas e variações bruscas de temperatura, acima de 35º C e abaixo de 5º C.

Tivemos acesso a um amplo estudo sobre o assunto, graças a entendimentos com entidades , órgãos e técnicos nacionais e internacionais, que estão no ciclo do mangostão há muitos anos, gerando uma pesquisa que empresta viabilidade edafo-climática à cultura do mangostão no Brasil.

Os ingleses descobriram o mangostão no sudeste asiático e o trouxeram para que a Rainha Vitória o provasse. Encantada com seu exótico e agradável sabor, digno dos deuses, a Rainha decretou que o mangostão fosse a fruta oficial da corte e dos banquetes reais. Por essa razão ficou conhecido em todo o mundo como a “ Fruta da Rainha” “. Hoje o mangostão é presença obrigatória em todos os cardápios das famílias reais e dos milionários de todo o mundo. É a fruta de todos os bons “ gourmets “ que se prezam.

Outro fato que traduz a importância do mangostão está ligada à visita do então Príncipe, hoje Imperador Akihito e sua esposa Mishiko ao Brasil, quando em visita a colônia japonesa foram homenageados com um banquete, que na sobremesa tinha o mangostão. Ficaram encantados com o sabor maravilhoso da fruta e não pouparam elogios de encantamento.

Posteriormente, em Brasília, durante recepção oficial houve a protocolar troca de presentes. Entretanto, muito agradecido, Sua Alteza revelou ao Presidente que seu maior desejo era levar para o Japão algumas mudas de mangostão. O Presidente ficou embaraçado e consultou seus assessores que informaram ao Presidente e ao Príncipe que o mangostão não produz em clima frio. O Príncipe disse que no Palácio Imperial, em Tóquio, mandaria construir uma enorme estufa para que ali pudesse ser produzido o mangostão.

Uns dois ou três anos depois, com a morte de seu pai Iruito o Príncipe assumiu a coroa e voltou ao Brasil como Imperador. Visitas, inaugurações e recepções marcaram aquele retorno. No entanto, quase ao fim da visita oficial, durante entrevista a repórter Ana Paula Padrão, da Rede Globo, em “ off “ ele respondeu: - A senhora quer saber mesmo o que vim fazer no Brasil? – Sim, Majestade, disse a repórter. – Eu vim mesmo foi para degustar muito mangostão, bem fresquinho, porque os que eu plantei ainda não estão produzindo.

A pequena produção de mangostão no Brasil vem do Pará e do sul da Bahia e está sendo exportado para os Estados Unidos, Europa e Canadá ao preço médio de US$ 3 dólares por fruto, tendo chegado em época de escassez a atingir US$ 5 dólares por fruto.

Existe também no mercado o chamado falso mangostão, isto é o mangostão Amarelo, mas, nenhum dos similares se iguala em beleza e sabor ao verdadeiro mangostão. Sua árvore é bem assemelhada à eugenia do jambo, em forma de coluna ou pirâmide, atingindo de 9 a 12 metros de altura, quando adulta, podendo ser mantida – dizem os técnicos – em 5 a 8 metros através de manejo.

Aqui no Brasil tem sido vendido como mangostão o mangostim, como se fosse uma variedade do verdadeiro, mas, sem dúvida, é apenas uma estratégia de marketing.

Vamos dedicar mais uma ou duas colunas ao mangostão, dando detalhes econômicos, técnicos e características que, sem dúvida, vão despertar interesse no ciclo do florescente e bem sucedido agronegócio do Estado.

Para convocar os capixabas, será bastante afirmar que uma única árvore de mangostão dá em média de 1.300 a 1.500 frutos. Considerando-se uma baixa produtividade de 1.000 frutos-planta-ano, apenas um (1) hectare de mangostão produz uma renda mínima anual equivalente a 1.200 sacas de cacau, 3.600 sacas de café conilon ou 600 bois de corte, segundo avaliação feita em 2003.

É hora de começar a plantar. A colheita será gratificante.

J .C.Monjardim Cavalcanti é jornalista e ex-Secretário de Comunicação do ES. [email protected]

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