Cimeira de Maputo: Mãos à obra!

A cimeira de Maputo, tido por alguns como mais uma cimeira numa longa história de reuniões desde a formação da Organização de Unidade Africana e agora a União Africana, tido por outros como mais conversas grandiosas sem qualquer hipótese dos sonhos se tornarem realidade, é antes um primeiro passo para uma nova era para o continente.

É fácil dizer que uma cimeira não passa de conversas porque é precisamente para isso que uma cimeira existe. Porém, importa dizer na realidade o que se passou em Maputo. Pela primeira vez, os mecanismos que constituem a UA foram lançados e pela primeira vez, o Continente africano chegou a um consenso sobre a necessidade de criar as condições para um desenvolvimento sustentável com boa governação.

Pela primeira vez, houve um desejo tangível para que haja processos democráticos a um nível pan-africano. Pela primeira vez, há uma integração do papel da mulher na política e pela primeira vez, foi lançado um projecto com visão, bem fundamentado e solidamente construído, baseado em pragmatismo e realismo que providenciam uma nova esperança para que finalmente este continente possa atingir seu potencial.

Em Maputo, o presidente da Cimeira, Joaquim Chissano, viu com orgulho a criação da Comissão da União Africana, cujo Presidente será Alpha Konare, ex-Presidente de Mali e o Vice-Presidente, Patrick Mazimhaka da Ruanda. Haverá sete comissários, dois homens e cinco mulheres, representando as cinco regiões da África.

O facto que o Conselho de Paz e Segurança ainda não foi constituído foi um dos primeiros pontos a ser atacado pelos críticos que teimam em querem ver este continente de rastos, enquanto seu povo continua a morrer e os seus recursos continuam a viajar com uma bilhete de ida só – para fora.

No entanto, criou-se a Agência Política, cuja Comissária será Julia Dolly (Gâmbia), a Agência de Infra-estruturas e energia (Bernard Zoba, Congo), a Agência para Assuntos Sociais (Bience Gawanas, Namibia) e a Agência de Recursos Humanos, Ciências e Tecnologia (Saida Agrebi, Tunísia), a Agência de Comércio e Indústria (Elizabeth Tankeu, Camarões) e a Agência da Economia Rural (Rosebud Kurwijila, Tanzânia). Faltam só a Agência económica e o Conselho de Paz e Segurança, que aliás já tem Presidente, Said Djinnit, da Argélia.

Presidente Chissano de Moçambique disse no final da Cimeira que “Nesta assembleia, chegou-se a um consenso de que a paz e a estabilidade são as condições básicas para assegurar o desenvolvimento harmoniosa e sustentável da África”.

Resta a noção que a África terá de ficar uma União Política primeiro e Económica a seguir mas pelo menos em Maputo foram semeadas as bases para um organismo duradoura e com um futuro sorridente para que a Nova Parceria para o Desenvolvimento Africano (NEPAD, em inglês) possa fazer a diferença que faltava.

Para acompanhar essa Nova Parceria para o Desenvolvimento da África, há uma Nova Esperança para o Progresso e Desenvolvimento da África para que haja uma Nova Era Para a Dignidade Africana.

Bento MOREIRA PRAVDA.Ru MAPUTO MOÇAMBIQUE

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