O caso dos bilhões desaparecidos

O relatório “Alguma transparência, nenhuma responsabilidade nas contas. O uso de receitas de petróleo em Angola e o seu impacto nos direitos humanos” foi publicado hoje pela Human Rights Watch, que usou para as suas fontes documentação da FMI e a “Diagnóstica de Petróleo” feito pela firma de contabilismo KPMG, encomendado pelo Banco Mundial e pelo governo da República Popular de Angola.

A HRW apela ao governo em Luanda de Ter mais cuidado na gestão das receitas do petróleo e accionar uma transparência maior na contabilidade fiscal, de maneira a permitir que as consideráveis receitas provenientes dos bens do pais possam ser sentidas entre a população.

Apontando os problemas do país, HRW afirmou no seu relatório: “Há 900 000 de angolanos internamente deslocados e milhões de pessoas não têm acesso a hospitais. Nem a escolas e de acordo com as estimativas da ONU, quase metade dos 7,4 milhões de crianças en Angola sofrem de malnutrição”.

HRW acusa o governo do país a fazer desaparecer uma soma consideravel enquanto a população foi deixada a sofrer as consequências duma guerra civil. Criticou ainda a falta de registos das receitas governamentais, o que dificulta qualquer acção de inspecção.

A soma desaparecida totaliza 9,5 % do PIB do país, cerca de 700 milhões de USD por ano, todos os anos, entre 1997 e 2002.

Relatórios deste tipo de conteúdo nada fazem para melhorar a imagem do país, cujos pedidos para mais apoio internacional irão agora cair em silêncio, enquanto Luanda não arrumar as finanças do país.

Já é altura pensar como país de primeira linha que somos e sair do terceiro-mundismo. Admitir os erros e agir é um bom começo e não se deve esquecer que foi o próprio governo angolano a encomendar o relatório do KPMG.

Acácio BANJA PRAVDA.Ru LUANDA ANGOLA

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