O Estado no banco dos réus

O emprego de armas nucleares contra Nagasaki e Hiroshima, em agosto de 1945, exterminou de imediato 220 mil seres humanos e provocou outras centenas de milhares de mortes pela exposição, pós-ataque, aos altos níveis de radiação. Um humanicídio, até aquele instante, sem precedentes, que expôs nossa civilização ao mais degradado nível de indigência moral de nossa existência.


No Brasil atual, são vitimados pelo consumo direto e indireto de drogas viciantes legalizadas, como o álcool e o fumo, mais de 240 mil cidadãos do país, e isto contados somente os óbitos. Não são mortes... é humanicídio, crime contra a Humanidade induzido pela macabra indústria da morte. Deste modo, o Estado brasileiro permite que sejam jogadas sobre o seu povo mais de duas bombas nucleares por ano, fazendo sofrer e desaparecer pessoas vitimadas pela ação negligenciada dele próprio. É um Estado criminoso que precisa ser levado aos tribunais e responder perante o seu povo e a Humanidade até que ele retraia as leis que permitem que essa aberração impere sobre almas inocentes e a faça extinta para sempre.


Alem disso, essas drogas são portas de entrada para inúmeros malefícios, como entorpecentes de todas as origens, acidentes de trânsito que vitimam 40 mil brasileiros por ano - 21% deles ligados ao consumo do álcool, destruíndo vidas e aniquilando moralmente famílias inteiras. Há um enorme agravante aqui: emissoras de televisão e rádio usam desregradamente a concessão pública ao imporem à sociedade a publicidade de bebidas etílicas, fazendo com que cada vez mais brasileiros bebam, alcolizem-se e desmoronem impiedosamente diante desse vício martirizante. Essas emissoras são corresponsáveis por tudo que o ser humano, neste país, está sofrendo e, portanto, têm que responder pelos mesmos crimes a que o Estado está sujeito.

A indústria da morte produz porque o Estado permite e vende porque as emissoras (que violam a Constituição Federal com isso) veiculam. A ganância e os interesses pela decadência humana fazem com que cada vez mais sejam empregados todos os recursos subliminares e psicológicos para controlar as mentes e levá-las ao suplício da entrega a esses vícios escravizantes, sem contar a participação de atores contratados  pelas agências de publicidade, as próprias agências, a saúde privada que lucra bilhões de reais com esse sofrimento todo, mas principalmente, a nossa omissão e impotência para lidarmos com uma guerra que mata de modo silencioso, ímpio e contra-humanitário.

Todos nós teremos que responder um dia como civilização, como sociedade e como pessoas que abandonamos uns aos outros sem termos tido a coragem de lutar contra tudo que está levando o ser humano, a nós mesmos, a sermos subjugados por esse poder promíscuo e persuasivo que, a uns escraviza e a outros desmoraliza pela incapacidade psicológica de reação, de buscar numa tentativa desesperada, recuperar a pessoa humana e saírmos juntos desse submundo a que nos entregamos.


A Humanidade encontrará o seu caminho, mas se olhar para trás e alguem tiver ficado, terá que voltar; ou chegamos todos juntos ou nos perdemos todos mas, precisamos justificar nossa presença neste mundo.   

   
Denison Cougo

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