MNE Moçambicano vai visitar a Rússia

PERGUNTA: Que importância atribui Moscovo à próxima visita do ministro dos Negócios Estrangeiros de Moçambique, Leonardo dos Santos Simão? A. YAKOVENKO: Esperamos que a visita ao nosso país do ministro dos Negócios Estrangeiros de Moçambique, Leonardo dos Santos Simão, possa dar impulso ao desenvolvimento das relações russo-moçambicanas no contexto de intensificação do vector africano da política externa russa. Estão programadas conversações entre Igor Ivanov e Leonardo dos Santos Simão, a assinatura do protocolo de Cooperação entre o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia e o Ministério dos Negócios Estrangeiros e Cooperação de Moçambique. Estão igualmente marcados encontros do chefe da diplomacia moçambicana numa série de ministérios e departamentos russos, assim como com representantes de círculos empresariais, para além de uma viagem a São Petersburgo. Convém assinalar que a Rússia acompanha com atenção a situação em Moçambique, visto como um país amigo, saudando as reformas políticas e económico-sociais em curso, viradas para a solução de tarefas ligadas à reconstrução nacional. O MNE da Rússia divulgou a declaração alusiva ao 10.º aniversário do Acordo Básico de Paz, assinado em Roma, no dia 4 de Outubro de 1992, que pôs fim à guerra fratricida de 16 anos. Entre outras, a declaração salienta que "o fim das hostilidades abriu caminho à concórdia nacional e à construção do Estado democrático de direito em Moçambique". PERGUNTA: Que problemas internacionais estarão no centro das atenções das conversações russo-moçambicanas? A. YAKOVENKO: Antes de tudo, gostaria de realçar que as posições da Rússia e de Moçambique sobre os problemas-chave são próximas ou coincidem, conduzindo as partes uma política concertada na arena mundial. Entretanto, a prioridade nas conversações entre Igor Ivanov e Leonardo dos Santos Simão será dada à temática de formação do sistema democrático das relações internacionais, de luta contra os desafios globais, inclusive, antes de mais, o combate ao terrorismo internacional, assim como às questões de reforço do papel central da ONU e do CS na manutenção de paz e estabilidade. Haverá ainda uma troca de opiniões sobre a situação no Médio Oriente e em torno do Iraque. PERGUNTA: Nas conversações com o alto representante de Moçambique, um país tão prestigioso no continente africano, seria indispensável a discussão circunstanciada da problemática puramente africana? A. YAKOVENKO: Naturalmente, nas conversações será examinada a situação em África, inclusive a problemática do desenvolvimento sustentável do continente no contexto do programa "NEPAD" (Nova Parceria para o Desenvolvimento da África) para a implementação do qual está virado ainda o Plano de Acções em África, adoptado na recente reunião do G-8 em Kananaskis. A Rússia, como um co-autores deste plano, está disposta a participar na realização de vários componentes importantes como "o reforço de paz e estabilidade em África, a cooperação nos sectores de água e energia, a formação de quadros para os sistema de saúde pública e educação". O nosso país tem contribuído ainda para atenuar o fardo fiscal do continente africano. Paralelamente, está prevista a troca de pareceres quanto à regularização de situações de conflito no continente, situações que têm vindo a dificultar a solução de tarefas políticas e sócio-económicas, impedindo que os países africanos possam vir a participar, em plena medida, nas relações económicas internacionais. Uma atenção especial será dispensada ao papel desempenhado pela União Africana, as várias entidades sub-regionais, incluindo a Comunidade de desenvolvimento da África Austral (SADC, sigla inglesa) no reforço da estabilidade no continente. Os ministros farão ainda uma troca de opiniões sobre a dinamização da cooperação sócio-económica, que se encontra a um nível inferior em relação à interacção política mantida entre os nossos países.

© RIAN

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