Opinião: A eficacia dos protestos

Infelizmente Gandhi somente houve um. Alguém capaz de liderar um povo com um propósito a uma campanha de desobediência civil até que o objetivo fosse alcançado.

O povo brasileiro também tem um propósito: reunir a desigualdade social, especialmente a desigualdade existente entre a classe política e o eleitorado.

A classe política, principalmente os integrantes do Legislativo, carinhosamente apelidado de “chiqueiro” pela revista “The Economist”, são como crianças mal-criadas, pois uma vez que ninguém os chama atenção quando fazem mal-criações ou seja, como ninguém protesta quando percebem vantagens moralmente injustificadas, a tendência é criar mais e aumentar as já existentes.

Gandhi também tinha uma outra forma de protesto para alcançar seus objetivos: a greve de fome. Este tipo de protesto é bem eficiente, pois basta que uma única pessoa o faça para que consiga, ao menos chamar a atenção para si próprio e para a causa que defende.

Os seqüestradores do empresário Abilioi Diniz, graças a greve de fome, conseguiram transformar um crime comum de seqüestro em crime político e3 conseguiram sua a repatriação para o Chile. Conseguiram até mesmo que o então Ministro da Justiça, Renan Calheiros, visitasse-os e implorasse para que interrompesse3m a greve.

A greve de fome do “showman” Anthony Garotinho, embora se soubesse que se tratava apenas de um blefe, conseguiu seu objetivo, pois a imprensa cessou de denunciar a participação ilegal das ONG’s em sua pré-candidatura.

O então Ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes, juntamente com os latifundiários cearenses e os empreiteiros que seriam beneficiados com o desvio de recursos o que sempre acontece com grandes projetos governamentais, que seriam beneficiados pela transposição do Rio São Francisco, não ficaram satisfeitos com a greve de fome do bispo Luiz Flavio Cappio que interrompeu tudo.

A classe política brasileira, incluindo os membros do legislativo: o chiqueiro, digo, o Congresso Nacional, as esquecidas Assembléias Legislativas e as ainda mais esquecidas Câmaras de Vereadores, são fracos, ou seja, não suportam pressões da opinião publica, especialmente próximo ao período eleitoral, mas não são tão fracos que possam mudar uma lei por causa de e-mails enviados às suas caixas postais eletrônicas.

Este tipo de protesto utilizado pela população brasileira que é igualmente fraca com relação aos protestos, são recebidos pela assessoria dos parlamentares que entre um jogo e outro de Paciência nos computadores do Congresso, apagam as mensagens .

Se acaso o cidadão que se acorrentou nas portas do Congresso, assim como os integrantes do Greenpeace costumavam se acorrentar nas portas de Usinas Nucleares, sendo muito polidamente ignorados, iniciasse também uma gr3eve de fome, logo seria atendido na sua reivindicação. Renan Calheiros que hoje esta a frente do Senado, como procedeu com os seqüestradores de Abílio Diniz, imploraria para que cessasse o protesto.

O cidadão faria uma greve de fome até que a verba de Gabinete que hoje está em R$50 mil reais fosse reduzida a R$ 5 mil reais; até que as passagens aéreas gratuita paras a antiga capital, o Rio de Janeiro, fossem eliminadas.

Uma greve de fome até que a Assembléia Legislativa de Mato Grosso do Sul revogasse a concessão feita a o ex-governador Jose Orcino, vulgo, Zeca do PT, com relação à pensão vitalícia e mais e nos demais estados que possuem este beneficio.

É necessário que tal protesto, no entanto, seja próximo às eleições, pois se Gandhi fosse brasileiro e iniciasse uma greve de fome com tal propósito, fora de ano eleitoral, provavelmente morreria.

Jose Schettini, Petrópolis, RJ

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