O Movimento das Ruas

O país atravessa uma onda de protestos.  Todos pacíficos, salvo episódios que não fazem parte das aspirações do povo, tumultuando a ordem.


            Este desabafo popular vem de longe.  O cidadão mais esclarecido já estava saturado com seguidas e progressivas falcatruas e desmandos cometidos por autoridades.  Acabou explodindo.  Como a indignação é geral, rápido o movimento se tornou muito grande, terminando em passeatas que foram ganhando número cada vez maior, com a inclusão de muitos que pacificamente suportavam a tirania, a arrogância e o desprezo das autoridades obrigadas a zelar pela nação. 


            Parlamentares fazendo o que bem entendem com o dinheiro público, obras caras sendo executadas pelo dobro do preço normal, inflação mostrando as garras mais uma vez e o país com desenvolvimento bem abaixo do esperado.  Não ficamos só nisso.  A cada dia que passa, a educação, a saúde, a segurança, o saneamento básico e a ordem constituída vão-se deteriorando. As autoridades, além de não tomarem providências, colaboram para que estes fatos permaneçam como estão.  O desmando tomando conta do país, até que alguém deu o primeiro grito de revolta, logo seguido de muitos outros.
      

      E surgiram protestos que não eram comuns no meio do povo brasileiro, que tomou as ruas, fez exigências, foi menosprezado a princípio, mas temido com o desenvolvimento dos protestos da massa insatisfeita, que chegou mesmo a sitiar o Palácio Presidencial, sem um só lance de violência. A partir deste momento, passou a ser respeitado, e até mesmo visto como uma ameaça, depois que todos tomaram consciência de que não se queria a desordem, mas exatamente o seu inverso.
           

As autoridades estavam obrigadas a dizer algo, tomar providência, dar satisfação àqueles a quem dirigem.  Fizeram isto, mas as medidas são falsas e ardilosamente preparadas, chegando à trapaça, como o divulgado índice de inflação de julho de 2013, muitíssimo menor do que o verdadeiro.  O dólar é o indicador e prova deste fato, quando atingiu valores nunca vistos no mercado.
           

Está programada para 7 de Setembro manifestação popular de proporções gigantescas, que vão exigir a tomada de providências verdadeiras, e não as falsas medidas adotadas pelo governo.  Vai ser o mais duro golpe aplicado contra maus governantes e parlamentares que insistem em iludir o  brasileiro.
           

Interessante notar que este movimento é fenômeno nacional, sem importações, talvez pela nossa tradição pacífica, o que não significa que se pode brincar com o povo.
         

   Toda e qualquer atitude de invasão de prédios, tomadas de atitude que não dizem respeito ao cidadão comum, como a ocupação das bancadas legislativas, depredações, furtos com violência, danos e outros crimes devem ser absolutamente repudiados.  Não somos bandidos; estamos contra eles.  Estas atitudes são provocadas pela contrainformação dos governos, seguidas pela atividade intensa de partidos políticos interessados em transformar o movimento ordeiro, duro e determinado que tomou nosso povo.
           

Fatos isolados passam para segundo plano.  O objetivo principal é o estabelecimento da democracia plena, justa, com igualdade social, política e jurídica.
           

Participe!  A Pátria agradece!
              
            
Jorge Cortás Sader Filho é escritor

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