A direita e os delegados

Mais uma vez, os tambores da direita reacionária se voltam contra os delegados Protógenes Queiroz e Paulo Lacerda. Numa manobra bastante bizarra, uma investigação em segredo de justiça chega à revista Veja – porta-voz explícita desses setores retrógrados – justamente na semana em que se tornava público um relatório da CPI “dos grampos” inocentando os dois de “espionagem” contra autoridades e empresários.


A CPI que, pelo seu presidente, o também delegado federal Itagiba, hoje deputado do PMDB, eleito em campanha na qual fotos e vídeos comprovam sua busca de votos em parceria com o criminoso Alvaro Lins, tudo fizera para incriminar Protógenes e Paulo Lacerda, não havia concluído por nenhum tipo de crime.


Com a reportagem da Veja, e sua repercussão no restante da mídia conservadora, criaram-se as condições para a prorrogação da CPI. E aí estaremos com mais 60 dias de inana contra os que prenderam os ladrões do erário – os banqueiros e especuladores que se apropriam privadamente do bem público. Mais 60 dias em que vai se tentar incriminar os que combatiam o crime, mantendo soltos os criminosos por eles flagrados em “tenebrosas transações”.


Protógenes e Paulo Lacerda não estão sendo alvos da direita por acaso, numa conjuntura que “recupera” imagem de “caçador de marajás”, em foto de primeira página no Globo, para Fernando Collor de Melo. Lacerda foi um dos mais eficazes assessores dos parlamentares que reuniram as provas no processo que cassou o performático ex-presidente. Protógenes foi o que ousou prender um dos tres mais poderosos banqueiros brasileiros, além do ex-prefeito malufista de São Paulo Celso Pitta. E que já havia prendido o próprio Maluf.


O PSOL tem lado nessa batalha. Tendo em seu quadro dirigente vários militantes formados na época em que, com a chegada da Polícia Federal, o conveniente era chamar o ladrão, tem imenso orgulho de ver a instituição a serviço não dos poderosos, como nos tempos de ditadura, mas da cidadania que não tem mais estômago para aturar a impunidade dos que assaltam os cofres públicos.


E tem consciência que esta é a principal razão dos ataques a Protógenes e Lacerda. Eles ousaram, no aparelho do Estado, enfrentar os bandidos da classe dominante. Não é por acaso que se transformaram em alvos do bombardeio diário da direita reacionária.


Dia 2 de abril, na Cinelândia, em ato público apoiado pela Fundação Lauro Campos, estará concretizando essa solidariedade, com a presença de Heloisa Helena e do próprio Protógenes. A Fundação se incorpora a tal iniciativa pela responsabilidade que tem na divulgação das idéias e propósitos do Partido Socialismo e Liberdade.

http://www.socialismo.org.br/portal/politica/44-documento/811-editorial-a-direita-e-os-delegados

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