Lula entrega propostas de reformas ao Congresso

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva entregou pessoalmente, nesta tarde, aos presidentes da Câmara dos Deputados, João Paulo Cunha, e do Senado Federal, José Sarney, a proposta das reformas tributária e previdenciária do governo federal. Lula disse que o Congresso tem o tempo "que quiser" para debatê-las, mas aconselhou os parlamentares a votarem-nas ainda este ano, já que em 2004 ficará mais difícil por ser ano eleitoral.

Lula saiu do Palácio do Planalto rumo à Câmara com uma comitiva de cerca de 100 pessoas, composta pelos 27 governadores, ministros, secretários de Estado e membros do Conselho Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social. A intenção da numerosa comitiva foi a de demonstrar o forte apoio que as propostas do governo obtiveram. "Estas propostas não são do governo federal. São também dos 27 governadores e possivelmente também de milhões de brasileiros", afirmou Lula.

O presidente pediu que o voto dos parlamentares em relação ao texto das reformas seja um voto "de consciência". "Os senhores agora são donos do jogo. Cabe a vocês criarem os espaços democráticos para o debate", afirmou aos deputados e senadores.

Lula disse ainda que as outras reformas —agrária, trabalhista, sindical, judiciária e política — serão encaminhadas da forma mais democrática possível.

"Essa Casa tem o tempo que quiser para debater. Mas, se pudesse dar um conselho, diria que, se não votarem [as reformas da Previdência e tributária] neste ano, em ano eleitoral tudo fica mais difícil de ser votado", alertou. Sobre prazos, João Paulo respondeu que a Câmara deverá começar a votar os primeiros tópicos das reformas a partir de agosto. Ele disse que dará o máximo de agilidade possível às reformas, e que os pontos que forem votados nas comissões serão levados para votação em separado no Plenário. "Vamos ganhar tempo. As propostas que forem conformando maioria serão colocadas no Plenário para serem votadas", afirmou.

Ao dizer que durante os quatro anos de mandato trabalhará "24 horas" para fazer o que acredita, Lula reafirmou também que haverá uma solução para a seca do semi-árido nordestino durante seu mandato. "Sempre recusei o debate sobre a transposição das águas do rio São Francisco porque, num Estado, o povo aplaude, noutro, vaia. Mas vou afirmar aqui que, não sei se do São Francisco, mas vai haver transposição de águas para o semi-árido nordestino."

Ao concluir seu breve discurso aos parlamentares, o presidente afirmou que seus quatro anos serão de "paz e amor" e sugeriu àqueles que tiverem qualquer "bronca" a chamá-lo para conversar.

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