Brasileiramente Politicando, ou rodas quadradas

Bem tenta o Lula. Os da esquerda já estão fartos dele, os da direita continuam a fazer das suas e Luiz Inácio lá fica com o centro, que nem é uma coisa nem outra, muito mau para ganhar eleições.

O programa Fome Zero começou bem com a promessa que até 2005, nenhum brasileiro ou brasileira terá fome e que todos terão três refeições por dia na mesa. As famílias mais carentes foram escolhidas e os fundos disponibilizados.

Semanas depois do arranque do programa, lá eles vão fazendo os seus: há desvios de fundos, que não chegam aos destinatários e onde chegam, aumentam os preços de comida para voltar o problema à estaca zero outra vez, constituindo a “roda quadrada” anunciada por José Graziano em Fortaleza.

Em alguns casos, quando o cartão-alimentação fica no nome do pai, os 50 Reais são gastos em cigarros e cachaça e lá vai a coitada da esposa fazer das tripas coração para pagar a alimentação. Boa ideia, impedida de funcionar plenamente por falta de responsabilidade.

Relativamente ao Projeto Contra Analfabetismo, cadê? É um caso de lentidão ou imobilismo? Por este andar, os vinte milhões de analfabetos que iriam ser ensinados a ler e escrever em quatro anos hão de morrer de velhice antes do programa arrancar. A razão é talvez a falta de diretrizes e como nos outros programas, as ideias no papel soam bem, mas na prática, não decolam.

Não decolam porque os brasileiros foram habituados a nada fazer ou se o fizessem, a fazê-lo fingindo que não o faziam. Assim é mais fácil e assim a samba continua, há bola, há praia, há cachaça e o resto alguém há de tratar disso quando for altura.

Será que o Lula não está à altura ou será que o país não está à altura do Lula?

Jean PAIVA PRAVDA.Ru SÃO PAULO BRASIL

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