Barroso cria crise política

José Barroso, o Primeiro Ministro de Portugal, continua a fazer um discurso a favor da posição de Washington, fora de Portugal, no nome do seu país e presidente, uma atitude que está a causar grande contestação nos meios políticos em Lisboa.

Numa reunião com o Primeiro Ministro de Luxemburgo, Jean Claude Juncker, José Barroso disse que “Caso haja um conflito dos EUA com o Iraque, sem uma resolução das Nações Unidas, Portugal apoiará os Estados Unidos”, explicando a sua posição com o preceito que “Os EUA são um aliado e uma democracia”.

José Barroso, que já deu aulas de diplomacia, parece afinal não ser bom diplomata. Em primeiro lugar, qualquer ataque contra um estado soberano é ilegal sem a prévia autorização do Conselho de Segurança da ONU, com um voto a favor da moção com nove dos quinze membros, sem que o veto tenha sido utilizado por qualquer dos cinco membros permanentes (EUA, Reino Unido, China, França e Federação Russa).

José Barroso o Primeiro Ministro começa a ter parecença com aquele José Barroso da MRPP, o revolucionário extremista maoista envolvido em rixas e ataques violentos aos colegas da Faculdade que não partilharam as suas ideias. Pela segunda vez desmentido pelo seu Presidente, Dr. Jorge Sampaio, José Barroso ouve uma chuva de críticas dos partidos da oposição, que seguem a linha imposta pelo direito internacional.

Desmentindo o seu Primeiro Ministro, Presidente Sampaio declarou à imprensa na Fundação Calouste Gulbenkian que “Cabe ao Conselho de Segurança decidir sobre o modo de fazer cumprir as suas resoluções...uma intervenção militar sem o seu mandato será ferida de ilegitimidade e porá em grave risco o ordenamento jurídico elaborado no pós-guerra”.

Para a maior partido da oposição, o Partido Socialista, as declarações de José Barroso representam intenções que seriam “uma clara violação da Carta das Nações Unidas e da Constituição portuguesa”, enquanto o Bloco de Esquerda e o Partido Comunista Português querem um debate urgente no Parlamento português para esclarecer a posição de Portugal aos portugueses e ao mundo.

Para José Barroso, não é uma questão de interesses geo-estratégicas, como é para Bush, nem uma questão de protagonismo pessoal, como é para Blair, nem de interesses de negócios, como é para Berlusconi. Para José Barroso, a razão pela sua posição é bastante mais simples e nítida: é inteiramente incompetente para preencher o seu posto, porque nem reúne as características intelectuais, nem pessoais para ser Primeiro Ministro.

Se o tom da sua voz irrita, isso é um acidente de natureza e não é culpa dele. Mas o que irrita ainda mais é aquilo que José Barroso diz e faz. Como aquele elemento da equipa de futebol que cada vez que toca na bola, marca um auto-golo, seria melhor nem tocar mais na bola até o jogo acabar ou então pedir para ser substituído por alguém que saiba jogar.

Cristina GARCIA PRAVDA.Ru COIMBRA

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