Estudante é condenado a pagar indenização de R$ 3 mil a ex-diretor de universidade

RIO DE JANEIRO - Um ex-aluno da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) foi condenado a pagar uma indenização de R$ 3 mil ao ex-diretor da Escola de Comunicação (ECO) da universidade, José Amaral Argolo, por danos morais. Pedro Martins Coelho perdeu, na ultima sexta-feira, o recurso que havia enviado ao Supremo Tribunal Federal e não pode mais recorrer da decisão.

Bárbara Skaba, do Último Segundo

O processo foi iniciado pelo professor Argolo, então diretor da ECO, em agosto de 2005, cerca de um mês após a ocupação do gabinete da diretoria da escola por cerca de 100 estudantes. Na época, Pedro era membro do Centro Acadêmico (CA) de Comunicação Social, do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UFRJ e conselheiro universitário. Além do processo civil contra o ex-universitário, Argolo entrou ainda com uma ação criminal contra ele e mais três alunas, todos membros do DCE, por desacato.

O motivo da ocupação, segundo Pedro, foi a constatação de irregularidades dentro da escola. Em 2005, foi aberta uma sindicância interna pela reitoria, com o objetivo de investigar denúncias do CA e de alguns professores, que foram comprovadas. Por essa razão, os estudantes se reuniram, em julho, em uma assembléia, na qual foi proposta a ocupação do gabinete da direção. Cerca de 100 alunos entraram na sala, reivindicando, entre outras medidas, a exoneração do professor Argolo do cargo de diretor.

“Como não havia mais possibilidade de diálogo com o diretor, os estudantes decidiram que ninguém entraria no gabinete além de um representante da reitoria que havia sido chamado, com quem poderíamos dialogar”, afirmou Pedro. O ex-estudante disse ainda que foi o encarregado de ficar na entrada da sala para avisar às pessoas que chegassem sobre a decisão dos estudantes.

“Quando o diretor chegou, comuniquei a decisão sem nenhuma rispidez. Não houve discussão e ele foi embora”, garantiu Pedro. Ainda de acordo com o ex-universitário, o gabinete ficou ocupado por cerca de quatro horas, aproximadamente entre as 13h e 17h. “Um mês depois, fomos notificados dos processos”, informou.

Segundo ele, os quatro estudantes compareceram à delegacia para responder ao processo criminal, que, no momento, está em fase de arquivamento. "O Argolo tinha um prazo para apresentar suas testemunhas, mas não o cumpriu", declarou Carolina Barreto, uma das alunas processadas.

Repercussões acadêmicas

De acordo com Pedro, a comunidade universitária repudiou a decisão do Supremo. “A reitoria, na gestão do atual reitor, Aloísio Teixeira, chegou a pagar nossa assistência jurídica”, disse ele. A atual diretora da ECO, Ivana Bentes, posicionou-se contra a atitude de levar a questão à Justiça. “Acho que esses problemas devem ser resolvidos de forma política e acadêmica, não jurídica, já que estamos em uma universidade pública”, explicou.

Segundo o ex-universitário, o DCE e a reitoria também fizeram moções de apoio ao movimento estudantil. “Para mim, o principal problema é que essa decisão mostra desconhecimento da representatividade do Conselho Estudantil”, declarou.

O reitor da Universidade encontra-se fora do Estado e a assessoria da UFRJ não se posicionou sobre o caso. Procurado pela redação do Último Segundo, o professor Argolo também não foi encontrado para comentar o assunto.

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