Casa Pia: Agora vamos falar

A Pravda.Ru tem-se mantido fora do caso da Casa Pia em Lisboa, considerando este um assunto local e não de interesse internacional.

Dado que não somos um jornal português mas sim, um jornal russo em português, alem de tentarmos ser um veículo pelo qual os leitores possam gozar das notícias dos mundos lusófonos e russófonos, não nos envolvemos no circo jornalístico a volta de figuras de destaque na sociedade portuguesa, considerando antes que são os tribunais que têm de imputar a culpa, ou a inocência. Porém, as notícias feitas públicas este fim de semana fizeram-nos mudar de posição.

Pedro Strecht, do Gabinete de Apoio Psicológico aos alunos da Casa Pia, uma instituição que educa órfãos ou alunos em risco de exclusão social, afirmou à Imprensa que entre 15 e 20% dos alunos desta instituição foram vítimas de abusos sexuais por pedófilos homossexuais, entre os quais alunos surdos e mudos, tendo sido cerca de 120 dos 700 alunos internos da Casa Pia vítimas deste tipo de abuso.

Muitos dos vítimas foram sujeitos a ameaças, enquanto os culpados tentam cerrar fileiras. Quem são, só as autoridades sabem e não cabe aos média repetir os boatos sobre nomes bem sonantes na vida política e desportiva em Portugal.

Na Madeira, as autoridades regionais mandaram retirar um manual de geografia publicado pela Plátano Editora, por causa duma referência a prostituição infantil na ilha, que há muitos anos tem reputação de paraíso para o turismo pedófilo homossexual.

É este exemplo de tentar encobrir um problema que deveria ser exposta e eliminada que fez com que a Pravda.Ru mudasse de opinião. Que a sociedade portuguesa, que se preza por ser hospitaleira e de ter “brandos costumes”, não é melhor nem pior que qualquer outra, é evidente.

Porém, há uma característica bem portuguesa de varrer tudo o que é indesejável debaixo do tapete tão rapidamente quanto possível, negando a sua existência com a frase-chave “Quem não está bem vai para a sua casa”, um exemplo típico da irresponsabilidade com que as questões sérias são tratadas.

Os portugueses merecem ganhar confiança no seu sistema de justiça e nos seus dirigentes. Há muitos anos tem-se reparado numa falta de credibilidade nestas duas áreas, onde grassa a impressão que os grandes vão impunes e os pequenos é que pagam por todos e onde o projecto nacional se limita a ganhar o poder, para que haja uma onda laranja (PSD) ou rosa (PS), colocando os amigos e familiares em posições de destaque, num exemplo de nepotismo verdadeiramente terceiro-mundista.

Agora, com a notícia de que alunos sem país ou oriundos de famílias de risco, surdos e mudos, são sistematicamente abusados por quem quer que seja, a Pravda.Ru decidiu não deixar que esta vergonha seja varrida por baixo do tapete. Timothy BANCROFT-HINCHEY PRAVDA.Ru

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