Do arrependimento ao perdão

Do Partido dos Trabalhadores sobrou apenas o presidente Lula. Os outros, ficaram como penduricalhos, largados à beira do caminho. De volta à Câmara, com pouco milhares de votos, estão algumas figuras antigas do partido, mas sem a mesma empáfia, sem o mesmo orgulho, sem a mesma arrogância, o mesmo destemor de outrora. São agora apenas coadjuvantes da história, a história Republicana que eles ajudaram a manchar.

Palocci será lembrado na Câmara por quê? Pela sua gestão como ministro ou como o violador do sigilo bancário de um pobre e humilde trabalhador? Genoíno será lembrando na Câmara por quê? Pela sua militância política ou pela sua chancela aos empréstimos criminosos tomados pelo PT junto ao empresário Marcos Valério?

João Paulo Cunha será lembrando por quê? Pela sua presidência na Câmara ou pela sua retirada de R$ 40 mil do valerioduto para pagar a conta de sua tv a cabo de sua modesta morada?

A grande verdade é que todos eles estão cabisbaixos, rendidos, vencidos, e tornaram-se reféns de sua própria história, aquela mesma que eles conseguiram sujar, manchar e registrar em nossa memória. Nas páginas da história.

Eles agora não têm a esperança de construir um país melhor, mas apenas o medo de serem lembrados e tachados pelo seu passado mais recente. Será difícil para eles conviverem com o que eles agora representam. Será difícil para eles serem cobrados pelos seus exemplos, pelas suas ações, pelo que eles fizeram quando eram poder.

Um a um, eles foram caindo frente aos olhos de todos os brasileiros. Caíram mentindo, falseando, negando seus atos e suas responsabilidades. Ainda assim, o eleitor brasileiro foi profundamente generoso e deu a eles uma segunda chance, uma nova oportunidade, um tempo para repensar e recomeçar.

Fica, de nossa parte, apenas um registro de todo este processo, acreditando na recuperação e na superação dos homens de bem. E de nossa parte, como eles mesmos nos ensinaram um dia, estamos atentos e serenos, de olhos bem abertos, acompanhando a esta nova caminhada.

Daqui, torcemos para que eles sejam agora do partido do bem, do partido da moral, da honestidade, da integridade, pois não há bandeira mais bela que a da razão, da coerência, da cresça dos homens acima de qualquer interesse, de qualquer jogada, de qualquer empreitada.

Deles esperamos apenas a verdade e o trabalho íntegro e renovado por um país melhor, mais igualitário, mais justo. Esperamos apenas o que um dia, eles cheios de vida, pregaram e quando foram poder, jogaram tudo pelo ralo. Infelizmente!

Petrônio Souza Gonçalves é jornalista e escritor

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