Berlim: Mahana, a surpresa neozelandesa

Depois de quatro filmes médios e um ruim, apareceu um superior - Mahana, dirigido por Lee Tamahori, cineasta nascido em Wellington e com carreira em Hollywood. Por isso, alguns poderão catalogar seu filme como hollywoodiano, para explicar a fotografia e as tomadas perfeitas, as belas cenas da paisagem bucólica neozelandesa. Seja como for, Mahana marcou sua presença e se destacou dos precedentes. Ainda é cedo para se falar em premios, mas se torna, desde já, um sério concorrente.

Além disso, seu tema, a reconciliação, se enquadra perfeitamente no espírito do Festival este ano, numa Alemanha invadida por refugiados. O  diretor do Festival se pronunciou contra as guerras provocadoras de migrações e a presidente do júri, Meryl Streep, tinha falado em reconciliação.

Mahana contra a rivalidade existente entre duas famílias mahori, os Mahana, dirigidos por um patriarca autoritário, prepotente, que não suporta ser contraditado, e os Poatas. Os mahori são os nativos da Nova Zelância e os últimos povos a serem colonizados. Talvez, por isso, escaparam de serem dizimados como ocorreu nas Américas. A rivalidade entre as duas famílias é marcante nos concursos de tosquia de lá, pois são fazendeiros criadores de carneiros-

O autoritário chefe de clã, ao qual todos devem obediência, não contava certamente surgir a rebelião com seu neto Simeon, capaz de enfrentá-lo à mesa diante de toda família. Sentindo-se insultado, o avô agride o neto, provocando a reação do pai, seu filho, tudo terminando na expulsão dessa parte da família.

Além de suas imagens mostrarem algo novo, Mahana revela excelentes atores desconhecidos neozelandeses e anuncia uma consequencia positiva da globalização : o enriquecimento internacional de artistas com o surgimento de artistas diferentes do padrão fixado por Hollywood, como Temuera Morrison, o patriarca, e Akuata Keefe, seu neto contestador.

E houve ainda uma surpresa na entrevista coletiva dos atores e realizador do filme Mahana, quando foi feita uma demonstração do grito de guerra, mas também de significação religiosa, Haka, uma dança própria do povo mahori.

 

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