Processo penal para Juan "Estava apenas a defender minha camisa" Zúñiga

Em qual desporto pode uma pessoa enfiar o joelho nas costas de outro jogador, fracturar sua espinha e sair do recinto como se nada tivesse acontecido, sem sequer receber um cartão amarelo, quanto mais vermelho? A resposta é no futebol. Bem-vindos à FIFA 2014!

Como se sente o zagueiro/defesa colombiano Juan Zúñiga esta manhã dependeria do seu carácter e dependeria do homem, mas claro, Juan Zúñiga nem caracter deve ter, e com certeza não é "homem", no sentido nobre da palavra, porque em nenhum desporto (legal) se entra com o joelho para a frente na parte mais vulnerável do corpo de outro jogador.

O facto que o Zúñiga nem sequer recebeu um cartão amarelo diz tudo sobre a arbitragem nesta FIFA 2014, que tem sido abominável em alguns casos. O guarda-redes/goleiro russo foi encandeado por um raio laser antes de conceder o golo que colocou os pupilos de Fábio Capello fora do Mundial; um pénalty foi dado à Alemanha no jogo contra Portugal, quando uma jogada idêntica na área contrária mereceu um encolho de ombros, do mesmo árbitro que recusou a atribuir um pénalty a favor do Irã/Irão. A lista quase nem tem fim...

Estava apenas a defender minha camisa

E o quê é que disse o Zúñiga acerca do incidente? A sua resposta providencia um exemplo clássico de idiotice, falta de carácter e brutalidade. No minuto 88, tirou o Neymar fora do jogo, fora da FIFA 2014 e quase fora do desporto, com uma intervenção cruel e chocante, impactando a coluna vertebral de Neymar com o seu joelho. Mas admite que nada fez de errado: " Estava apenas a defender minha camisa".

Ai eh?? Se é isso que sua "camisa" e país representa, então abrem os olhos senhoras e senhores, a aquilo que é a Colômbia e aquilo que representa: é considerado normal quebrar as costas. Na Colômbia, é considerado aceitável abordar o desporto com a noção de que se pode propositadamente caçar outro jogador no recinto de jogo, pode propositadamente utilizar o joelho como arma na parte mais vulnerável de um ser humano, arriscando deixar a pessoa numa cadeira de rodas durante o resto da sua vida, e depois dizer que é normal. Gracias, Juan, por este valioso esclarecimento sobre a sua "camisa".

Propositadamente magoar um jogador durante o jogo merece a consideração que estamos perante um acto criminoso premeditado, perpetrado com a intenção de causar danos físicos graves. No mínimo, foi um caso de agressão mas mais correctamente, é um caso danos corporais graves, com dolo. Por esta razão, Zúñiga deveria ser processado num tribunal, deveria passar uns bons anos numa prisão brasileira, deveria ser banido do jogo e deveria ser forçado a pagar danos ao Neymar e à equipa brasileira. Poderia, até, na condição de "homem", pedir desculpa... mas não vai, porque não é, e nunca será.

O quê é que vai acontecer? Nada. O árbitro, Carlos Velasco Carballo, nem sequer puxou o cartão amarelo, quanto menos vermelho directo, então podemos concluir que nas partidas arbitradas por ele, vale quebrar as costas dos adversários, pois é considerado comportamento normal.

Obrigado mais uma vez, Zúñiga, por nos mostrar como é defender a "camisa" do seu país, como é, afinal, ser jogador da Colômbia e por mostrar o que o Zúñiga, a sua "camisa" e a Colômbia representam. É-me muito difícil neste momento pensar em qualquer coisa mais baixo, mais vil, mais repugnante que uma camisa de futebol da Colômbia. Para ser franco, nem sequer limparia minha anatomia com ela. Ofendido? Bem, estou apenas a defender meu...

Timothy Bancroft-Hinchey

Pravda.Ru

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