EUA contra os BRICS: Corrupção como arma de propaganda

"Ano passado, a USAID distribuiu um documento (fact sheet) no qual resume os próprios serviços de pagar jornalistas amigáveis em todo o mundo, inclusive para "formação e treinamento de jornalistas, desenvolvimento de negócios de mídia-empresa, construção de capacidade para instituições de apoio e reforço de ambientes legal-regulatórios para a livre empresa de comunicações em geral."

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Infelizmente, alguns dos importantes deveres do jornalismo, como aplicar padrões equilibrados aos abusos de direitos humanos e de corrupção financeira, já foram tão pervertidos e corrompidos, pelas demandas da propaganda, de governos e de empresas - e pelo carreirismo de tantos, incontáveis jornalistas -, que já desconfio muito, sempre que a mídia-empresa comercial dominante põe-se a trombetear alguma história suposta 'sensacional', cujo protagonista sempre é algum "vilão da hora", selecionado para a ocasião."

Incontáveis vezes esse tipo de 'jornalismo' não passa de abre-alas para o ataque de "mudança de regime" que logo aparece, para cobrir de lama ou deslegitimar algum governante estrangeiro, antes do inevitável advento de uma "revolução colorida" sempre organizada por ONGs de 'promoção da democracia', praticamente sempre com dinheiro de organizações do governo dos EUA, como National Endowment for Democracy [Dotação Nacional para a Democracia] ou de algum financista neoliberal feito George Soros [ou todas as anteriores].


O que vemos agora tem todas as características de mais uma fase preparatória para a próxima rodada de "mudança de regime", cujo abre-alas é uma enxurrada de acusações de corrupção, sem provas, contra o ex-presidente do Brasil, Luiz Ignacio Lula da Silva e o presidente da Rússia, Vladimir Putin. As mais recentes acusações contra Putin - espalhafatosamente 'repercutidas' pelo Guardian do Reino Unido e outros veículos - viraram especialmente 'midiáticas' por causa dos chamados Panama Papers, que supostamente implicariam o presidente russo em negócios financeiros com empresas offshore, mesmo que o nome de Putin não apareça em nenhum daquele mar de 'documentos'.

Ou, como o Guardian escreve:


"Embora o nome do presidente não apareça em nenhum dos documentos, os dados mostram um padrão - amigos dele ganharam milhões em negócios que, aparentemente, não poderiam ter sido feitos sem o patrocínio de Putin. Os documentos sugerem que a família de Putin beneficiou-se desse dinheiro - a fortuna dos amigos é como se pertencesse ao presidente russo."


Impossível não perceber que nada nessa 'notícia' é específico, e que tudo aí é castelo erguido sobre especulações: "um padrão", "aparentemente", "sugerem", "é como se". De fato, se Putin já não fosse a figura mais demonizada na/pela mídia-empresa ocidental, tal fraseado jamais passaria sem correção pela tela do computador de qualquer editor de jornal de bairro. A única informação que pode ser verificada e eventualmente confirmada em todo esse parágrafo é "o nome do presidente não aparece em nenhum dos documentos".

Uma publicação britânica de supervisão crítica do que publica a grande mídia-empresa no Reino Unido, Off-Guardian, que critica praticamente tudo que o Guardian oferece ao público, publicou, como título/manchetedo artigo sobre Putin: "Colapso: Guardian e a autoparódia nos Panama Papers".

Mas, seja qual for a verdade sobre alguma "corrupção" de Putin ou de Lula, o aspecto relevante para o jornalismo sério é que qualquer noção de objetividade já foi há muito esquecida, para favorecer o que mais diretamente favoreça interesses 'ocidentais' e lhes pareça útil como propaganda de ativa desdemocratização.

Atualmente, alguns daqueles interesses 'ocidentais' dão sinais deextrema preocupação com o crescimento do sistema econômico conhecido como BRICS - Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul - como reais concorrentes do G-7 e do Fundo Monetário Internacional 'ocidentais'. Afinal, controlar completamente o sistema financeiro global sempre foi o alicerce central do qual depende o poder dos EUA no mundo pós-2ª Guerra Mundial. Nenhum rival que ameace o monopólio chamado 'ocidental', mas monopólio que é, de fato, dos EUA, será jamais bem-vindo.

O viés contra esses e outros governos pouco "amistosos" significa, na prática, que se aplica um determinado padrão a Rússia ou Brasil; mas outro, completamente diferente, muito mais laxo e condescendente, se o acusado de corrupção for líder político nos EUA ou na Europa.

Considere-se, por exemplo, os milhões de dólares que a ex-secretária de Estado Hillary Clinton recebeu como pagamento por conferências que fez/faz, pagos por interesses especiais de alguns muito ricos que sempre souberam que ela teria boa probabilidade de vir a ser presidenta dos EUA. [Vide Consortiumnews.com, "Clinton Stalls on Goldman-Sachs Speeches" (Clinton empacou nas palestras para Goldman-Sachs)].

Ou, do mesmo modo, os milhões e mais milhões de dólares investidos nos super-PACS para Clinton, Sen. Ted Cruz e outros candidatos ainda cheios de esperanças. Pode bem parecer corrupção, se se aplica aí um padrão objetivo de análise; mas é tratado como mero aspecto 'desagradável' do processo político nos EUA.

Mas imagine só por um instante que Putin recebesse milhões de dólares por algumas rápidas palavras dirigidas a corporações poderosas, bancos, grupos de interesse que estivessem fazendo negócios com o Kremlin. Qualquer coisa que aparecesse seria imediatamente ostentada na mídia-empresa, como alguma espécie de prova de facto de corrupção e ganância.

Jornalismo -noção 

Assim também, se se trata de demonizar governante de país não 'amistoso', vale qualquer "corrupção", mínima ou inventada que seja. 

Por exemplo, nos anos 1980s, o presidente Ronald Reagan 'denunciou' o presidente da Nicarágua Daniel Ortega, por causa dos óculos: "O ditador de óculos de griffe" - disse Reagan, no mesmo momento em que Nancy Reagan aceitava vestidos grátis de costureiros 'da moda' e mobiliário novo para a Casa Branca, tudo grátis, pagos por interesses do BigPetróleo & Gás.

De fato, a "corrupção", quando se trata de demonizar governante 'oposto', como o presidente Viktor Yanukovych da Ucrânia, pode ser qualquer coisa, inclusive uma sauna na casa dele, 'assunto' que mereceu manchete de primeira página no New York Times e em outros veículos da grande mídia-empresa ocidental, todas empenhadas em justificar o golpe injustificável que derrubou Yanukovych, em fevereiro de 2014.

Vale anotar que ambos, Ortega e Yanukovych, foram eleitos. Mas não interessavam ao governo dos EUA e, portanto, viraram alvo de Washington e seus beleguins, que montaram contra eles violentas campanhas de desestabilização. Nos anos 1980s, a guerra chamada "dos Contra", que a CIA organizou na Nicarágua, matou 30 mil pessoas; e a 'mudança de regime' que os EUA orquestraram na Ucrânia desencadeou uma guerra civil que fez 10 mil mortos. Evidentemente, nos dois casos a Washington Oficial culpou Moscou por todas essas desgraças.

Nesses dois casos também, os políticos e beleguins que se autoempoderaram por efeito dos conflitos eram, praticamente com total certeza, muito mais corruptos que os Sandinistas da Nicarágua ou o governo de Yanukovych. Os Contras nicaraguenses, cuja violência ajudou a pavimentar o caminho para a eleição, em 1990, da candidata patrocinada pelos EUA, Violeta Chamorro, estavam profundamente implicados no tráfico de cocaína. [Vide Consortiumnews.com, "The Sordid Contra-Cocaine Saga."]

Hoje, o governo ucraniano que os EUA acobertam está naufragado em corrupção tão profunda, que a corrupção já provocou OUTRA crise política. [Vide Consortiumnews'com, "Reality Peeks Through in Ucrânia."]

Por ironia, um dos políticos cujo nome realmente aparece nos Panama Papers por ter conta clandestina num paraíso fiscal offshore é o presidente que os EUA instalaram no governo da Ucrânia, Petro Poroshenko, que imediatamente 'terceirizou' sua culpa para Putin (Poroshenko negou que haja qualquer coisa imprópria em suas finanças mantidas offshore.)

Duplifalar, duplos padrões 

O jornalismo que as mídia-empresas dominantes no ocidente vendem aos cidadãos consumidores já nem tenta fingir, que fosse, que usa padrões claros e estáveis no que tenha a ver com noticiário sobre corrupção. Se você é governo 'favorecido', o que mais se ouve são lamúrias sobre a necessidade de mais "reformas" - o que sempre significa cortar aposentadorias e pensões para idosos e cortar programas sociais de apoio aos mais pobres. - Mas se você é governante a ser demonizado, nesse caso só se admite condenação, mesmo sem provas; e/ou 'mudança de regime'.

Exemplo notável desses duplos padrões é a atitude não-há-crime-algum que hoje acoberta a corrupção da ministra de Finanças da Ucrânia, Natalie Jaresko, citada incansavelmente nos veículos da mídia-empresa 'ocidental' como exemplo de boa governança e reformadora sábia na Ucrânia. A verdade fartamente documentada, contudo, é que Jaresko enriqueceu graças ao controle que teve sobre um fundo de investimento mantido por contribuintes norte-americanos, que todos esperavam que ajudasse os cidadãos ucranianos, não a ministra de Finanças.

Conforme os termos do fundo de investimento de $150 milhões criado pela Agência dos EUA para Desenvolvimento Internacional [ing. USAID], a retirada de Jaresko não poderia ultrapassar os $150 mil dólares anuais, 'salário' que muitos norte-americanos invejariam. Mas não satisfez Jaresko: primeiro ela simplesmente estourou o limite dos próprios salários e 'retirou' centenas de milhares de dólares a mais; depois fez desaparecer os próprios 'salários' das prestações oficiais de contas, quando já inventara para ela mesma 'salários' de $2 milhões ou mais.

Há vasta documentação que comprova tudo isso. Eu mesmo publiquei várias matérias sobre as provas de que ela recolhia para si 'salários' ilegais e, também, sobre as estratégias 'legais' de que se servia para encobrir qualquer prova de malversação de dinheiro público [VideConsortiumnews.com "How Uckraine's Finance Minister Got Rich" e "Carpetbagging Crony Capitalism in Uckraine."]

Pois apesar de todas as provas, nenhum único jornalista de qualquer único veículo de notícias da mídia-empresa 'ocidental' jamais seguiu as 'pistas' que recolhi e divulguei, sequer hoje, quando a mesma Jaresko já aparece incensada como candidata "das reformas", ao posto de primeira-ministra da Ucrânia.

Esse desinteresse assemelha-se muitos aos imensos antolhos em que se metem The New York Times e outros grandes veículos da mídia-empresa dominante, quando têm de 'noticiar' ou 'comentar' se o presidente Yanukovych da Ucrânia foi deposto por golpe em fevereiro de 2014, ou se só saiu para um passeio e esqueceu-se de voltar ao governo.

Em grande matéria dita "investigativa", o Times resolveu que não houve golpe na Ucrânia (resolveu também que não houve o telefonema interceptado entre Victoria Nuland, vice-secretária de Estado dos EUA para Assuntos Europeus e Asiáticos, e o embaixador dos EUA na Ucrânia, Geoffrey Pyatt [que entrou para a história como "o telefonema do Foda-se-a-União-Europeia" (NTs)], no qual Nuland informa o embaixador de que "Yats é o cara" e - surpresa, surpresa - Arseniy Yatsenyuk logo apareceu já primeiro-ministro).

Times também ignorou a observação de George Friedman, presidente da firma global de inteligência privada, Stratfor, que avaliou que o golpe na Ucrânia foi "o mais escancarado golpe da história". [VideConsortiumnews.com "NYT Still Pretends No Coup in Ucrânia."]

A propaganda como arma (de desdemocratização) 

Outra vantagem da "corrupção" como arma de propaganda para desacreditar alguns líderes não amigáveis, é que em todos os governos há sempre muita corrupção, bem como em todos os setores privados, em todo o mundo. Acusar qualquer um de corrupção é fácil como fisgar peixe gordo apertado em barril pequeno. Claro, alguns barris são mais apertados que outros e, claro, há muita gente honesta. O xis da questão é o barril que cada um escolhe para pescar, de cada vez.

Essa precisamente é a razão pela qual o governo dos EUA gasta centenas de milhões de dólares em todo o planeta para financiar mídia-empresas de 'jornalismos' e 'jornalistas'; para treinar ativistas políticos e apoiar com dinheiro e profissionais as tais "organizações não governamentais", ONGs que promovem as políticas dos EUA dentro da sociedade dos países atacados. Por exemplo, antes do golpe de 22/2/2014 na Ucrânia, havia lá incontáveis organizações desse tipo financiadas e protegidas pela National Endowment for Democracy (NED), cujo orçamento é previsto no orçamento do Congresso dos EUA e ultrapassa $100 milhões anuais.

Mas essa NED, presidida desde a fundação, em 1983, pelo neoconservador Carl Gershman, é apenas parte do quadro. Há outras frentes de propaganda operantes sob o guarda-chuva do Departamento de Estado e da USAID.[2] Ano passado, a USAID distribuiu umdocumento, um fact sheet no qual resume os próprios serviços de pagar jornalistas amigáveis em todo o mundo, inclusive para "formação e treinamento de jornalistas, desenvolvimento de negócios de mídia-empresa, construção de capacidade para instituições de apoio e reforço de ambientes legal-regulatórios para a livre empresa de comunicações em geral."

USAID estimava o próprio orçamento para programas de "fortalecimento da mídia-empresa em mais de 30 países" em mais de $40 milhões anuais, incluindo ajuda financeira a "organizações de mídia-empresa independente e blogueiros, em mais de 12 países". 

Na Ucrânia antes do golpe, a USAID oferecia treinamento em "segurança para comunicação por telefones celulares e para websites" - expressões que soam muito semelhantes a "operação para burlar os serviços de inteligência dos governos locais", posição muito suspeita, no caso dos EUA e sua obsessão nacional com vigilância e criminalização e acusações criminais contra vazadores de informação, baseadas, não raras vezes, em 'provas' de que teriam falado com jornalistas.

USAID, trabalhando com a ONG Open Society [Sociedade Aberta] do bilionário George Soros, também financia e promove o Projeto de Jornalismo contra o Crime Organizado e a Corrupção [sigla ing. OCCRP], que reúne e paga "jornalistas investigativos" que vivem de caluniar e perseguir governos que não se 'comportem' como reza a cartilha dos EUA, e os quais, sempre, são 'denunciados', nos veículos da mídia-empresa comercial por prática de 'corrupção'. O OCCRP que é mantido pela USAID também colabora com Bellingcat, website de "jornalismo investigativo" fundado pelo blogueiro Eliot Higgins.

Higgins já várias vezes distribuiu informação falsa pela Internet, inclusive 'notícias' - hoje já desmentidas - que envolviam o governo sírio no ataque com gás sarin em 2013; foi também quem desencaminhou uma equipe da TV australiana para um local onde 'filmaram' uma bateria BUK antiaérea que supostamente estaria voltando para a Rússia, depois de 'ter derrubado' o avião da Malaysia Airlines, dia 17/7/2004.

Mas apesar desse duvidoso currículo de confiabilidade, Higgins rapidamente caiu nas graças da mídia-empresa dominante, em parte porque seus "furos" sempre combinam bem com o tema da propaganda que o governo dos EUA e seus aliados ocidentais estejam promovendo. Enquanto blogueiros genuinamente independentes são ignorados pela empresas que dominam o mercado da comunicação, Higgins já teve seus serviços elogiados pelo New York Times e pelo The Washington Post.

Em outras palavras, o governo dos EUA tem estratégia robusta para distribuir e fazer agir seus agentes diretos e indiretos para influenciar a opinião pública. 

Verdade é que já durante a primeira Guerra Fria, a CIA e a velha Agência de Informação dos EUA cuidavam de refinar a arte da "guerra de informação": são pioneiras de várias práticas que utilizam até hoje, como sustentar financeiramente entidades e ONGs, divulgadas como se tivessem "opinião independente", e cuja missão é distribuir propaganda dos EUA para um público ao qual a mídia-empresa comercial ensinou a não acreditar no que digam os próprios governos, e a confiar cegamente em "jornalistas cidadãos" e "blogueiros" de aluguel.

Mas o maior perigo que advém dessa perversão do jornalismo, entregue a jornalistas pervertidos, é que ela prepara o cenário para "mudanças de regime" que desestabilizam países inteiros, pervertem a democracia (pela qual se manifesta o desejo do povo) e os mecanismos de democratização, e sempre põem os países atacados sob ameaça de guerra civil. Hoje, o sonho dos neoconservadores, de promover uma "mudança de regime" em Moscou [e no Brasil (NTs)] é especialmente perigoso para o futuro da Rússia, dos EUA e de todo o mundo.

Independente do que cada um pense sobre o presidente Putin, não há como negar que é líder político racional, cujo sangue frio já legendário blinda-o quase totalmente contra decisões emocionais. O tipo de liderança do presidente Putin agrada ao povo russo, que o apoia em amplas maiorias, como mostra pesquisas de opinião pública.

Por mais que os neoconservadores norte-americanos fantasiem que sejam capazes de gerar suficientes dor econômica e dissenção política dentro da Rússia, que levariam à derrubada de Putin, o sonho deles - de que Putin seria substituído por governante 'dócil' como o ex-presidente Boris Yeltsin, que deixou que operadores dos EUA voltassem à Rússia, onde puderam continuar a saquear riquezas russas - não passa de fantasia.

Muitíssimo mais provável - no caso de os EUA conseguirem armar, sabe-se-lá como, uma "mudança de regime" - é que Putin fosse substituído por um nacionalista linha-dura que pode, sim, considerar seriamente abrir as portas do arsenal nuclear russo, no caso de os EUA aparecerem por lá com ares de quem quer humilhar a Mãe Russa. Na minha avaliação, Putin não é motivo de preocupações; mas, sim, quem surja depois dele, no caso de golpe que o derrube.

Assim sendo, claro que devem prosseguir investigações legítimas que por acaso haja sobre a "corrupção" de Putin - e de qualquer outra figura pública. Mas não se deve admitir que sejam rebaixados os padrões de comprovação e devido processo que a lei impõe. 

Nenhum crime se tornaria 'justificável' apenas porque o 'ocidente' ordenou que Putin [ou o ex-presidente Lula do Brasil] seja(m) tratado como 'o perigo' da hora. É indispensável manter padrões únicos e coerentes de investigação, não padrões arranjáveis, dúbios, duplos, conforme o freguês. 

Os ares de ultraje extremo que a mídia-empresa comercial ocidental alardeia contra a "corrupção" dos outros, deve-se manifestar com igual eloquência também contra agentes políticos e empresariais dos EUA, de outros países do G-7, não exclusivamente contra os agentes políticos eleitos nos países BRICS.*****

 


É exatamente o tipo de golpe 'jornalístico' que está sendo construído contra a presidenta Dilma e o ex-presidente Lula, já candidato a reeleição, no Brasil. O UOL News, um dos braços mais militantes do desjornalismo que opera no Brasil-2016, 'noticia', absolutamente sem prova alguma de coisa alguma:


"Segundo o procurador da República Carlos Fernando Lima, 60% (R$ 20 milhões) das doações ao Instituto Lula e 47% (R$ 10 milhões) dos valores pagos a LILS Palestras, Eventos e Publicações (empresa que tem o ex-presidente como sócio) vieram das maiores empreiteiras envolvidas na Lava Jato - Odebrecht, OAS, Camargo Corrêa, Queiroz Galvão, Andrade Gutierrez e UTC. - É o núcleo duro do cartel que dilapidou o patrimônio da Petrobras", afirmou o procurador".


Tudo isso é, no mínimo, com certeza, suposição. Para começar, aquelas empreiteiras são tradicionais doadoras para as campanhas de TODOS os candidatos com chances de vencer. E, além disso, o patrimônio da Petrobrás absolutamente NÃO FOI 'DILAPIDADO'. E não há nem fiapo de prova de coisa alguma disso que UOL 'noticia' que o Procurador "afirmou". Houvesse cuidado de encontrar provas, antes de espalhar 'notícias', o mais provável é que "afirmações" e "detalhamentos" feitos pelo Procurador já estivessem saudavelmente desmentidos [NTs].

 A USAID [sigla em ing. de Agência dos EUA para Desenvolvimento Internacional] teve destacado e macabro papel no golpe de 1964-68 no Brasil, sobretudo no que tivesse a ver com a 'reforma' da educação brasileira feita do bojo dos "Acordos MEC-USAID", de sinistra memória e consequências que perduram até hoje [NTs].

4/4/2016, Robert Parry, Consortium News

 

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Author`s name Timothy Bancroft-Hinchey
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